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Hipocoagulação oral

Ter, 04/08/2015 - 10:19


O que é? A hipocoagulação oral é um tratamento que permite, através da administração de medicamentos, diminuir a capacidade de coagulação do sangue. Esta diminuição tem como objetivo reduzir a possibilidade de se formarem coágulos na circulação sanguínea (“trombos”), que podem desencadear situações muito graves, nomeadamente Acidentes Vasculares Cerebrais (“tromboses”) ou Embolia Pulmonar.

Em que situações se utiliza?
A hipocoagulação oral pode ser necessária em várias doenças cardíacas e circulatórias, nomeadamente:
• Alterações do ritmo cardíaco (Arritmias)
• Doenças ou próteses valvulares cardíacas
• Após algumas doenças cardíacas, como Enfarte Agudo do Miocárdio
• Trombose Venosa Profunda (pode ocorrer nas pessoas com varizes dos membros inferiores)
• Embolia pulmonar
• Doenças que aumentam o risco de formação de trombos (algumas doenças genéticas, cancros, entre outras).

Que medicamentos se usam?
Os medicamentos habitualmente mais utilizados são a Varfarina (Varfine®) e o Acenocumarol (Sintrom®). Contudo, atualmente já existem também novos medicamentos disponíveis que poderão vir a revolucionar este tipo de tratamento. Estes novos anticoagulantes orais, apesar de bastante mais dispendiosos, permitem uma maior comodidade e qualidade de vida aos doentes, uma vez que não é necessário efetuar qualquer controlo e têm muito poucas interações alimentares. A escolha do medicamento deve por isso ser feita caso a caso.

Como controlar a hipocoagulação?
Vários fatores - como alguns medicamentos, alimentos, doenças e outros - fazem variar o nível de coagulação, por isso é necessário controlar periodicamente o valor da coagulação. A análise de sangue que permite este controlo chama-se INR (InternationalNormalized Ratio).
Os níveis de coagulação devem ser mantidos dentro de um intervalo, ou seja, entre um nível mínimo e máximo. O seu médico dir-lhe-á, em cada caso, quais são esses valores. Quando o resultado do INR se encontra fora desse intervalo, surgem riscos para o doente. Assim:
• Em caso de níveis de INR baixos, aumenta o risco de poder ter uma “trombose”
• Quando os níveis de INR estão altos, aumenta o risco de hemorragias (espontâneas ou em consequência de pequenos traumatismos), sendo a mais grave o risco de hemorragia cerebral.
Depois de estabilizado o doente dentro do seu intervalo terapêutico, o INR é controlado em intervalos de 4 -6 semanas.

A que alimentos deve estar atento?
A vitamina K funciona como antídoto deste tipo de medicação. Alimentos ricos nesta vitamina devem por isso ser ingeridos com precaução, pois podem diminuir o INR, tornando o sangue “mais grosso”.Desta forma, deve estar atento e procurar ingerir com precaução os seguintes alimentos:
• Brócolos
• Couve branca/Bruxelas
• Espinafres
• Alface
• Grelos
• Óleo de soja
• Chá de Hipericão
• Bebidas Alcoólicas
Deve ainda ter em atenção alguns outros alimentos, como espargos, couve-flor, agrião, fígado de vaca, azeite, ervilhas ou mostarda. O importante é procurar manter uma alimentação mais ou menos constante, de forma a ajustar a dose correta de medicação.

Interações medicamentosas com Varfarina (Varfine®)
Alguns medicamentos aumentam o valor do INR (tornam o sangue “mais fino”), nomeadamente os anti-inflamatórios, o ácido acetilsalicílico (Aspirina), o clopidogrel, alguns medicamentos para o colesterol ou alguns antibióticos.
Alguns medicamentos para a epilepsia ou algumas vitaminas, por exemplo, reduzem o efeito dos comprimidos hipocoagulantes.
Se está hipocoagulado, em caso de dúvida consulte o seu médico antes de tomar qualquer medicação.

Em que situações se deve interromper a hipocoagulação oral?
A hipocoagulação oral pode ser interrompida quando for necessária a realização de intervenções médicas ou cirúrgicas em que exista a possibilidade ou a certeza de hemorragia. Nesta situação, a hipocoagulação oral é substituída durante alguns dias por uma classe diferente de medicamentos, os derivados da heparina, cuja administração se efetua através de uma injeção subcutânea. Uma vez realizado o procedimento potencialmente causador de hemorragia e estabelecida a cicatrização, a pessoa retoma a hipocoagulação oral.

Raquel Meireles
Raquel Diz
Ana Sofia Freitas
Médicas, Internas de Medicina Geral e Familiar
ULS Nordeste – UCSP da Sé, Santa Maria II e Mirandela II