A história do Douro Vinhateiro

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Qua, 27/04/2005 - 16:17


Os finalistas do curso de Animador Sócio-Cultural da Escola Profissional de Carrazeda de Ansiães terminaram as actividades escolares com a encenação da história da produção de vinho nas encostas do Alto Douro.

A Praça do Município daquela vila foi o local escolhido para acolher a animação de um episódio sociocultural que faz parte da História de Portugal.
As mulheres da corte e do povo, taberneiros, soldados, representantes da coroa e a figura do ilustre Marquês de Pombal foram, assim, personificadas pelos futuros animadores, que quiseram mostrar como se vivia no Douro, em pleno século XVIII.
Através desta iniciativa, os alunos procuraram promover a interacção entre a escola e a comunidade local, ao mesmo tempo que deram a conhecer o trabalho do Animador Sócio-cultural.
A encenação que foi feita pelos alunos reportou ao tempo em que o vinho produzido nas encostas do Douro começou a ser exportado para o Norte da Europa. Com o decorrer do tempo, as encomendas começaram a aumentar e a procura começou a superar a oferta, o que originou um aumento elevadíssimo dos preços do vinho.

A fama dos vinhos do Douro

A ambição e a ganância desmedidas levaram muitos agricultores a aumentarem a quantidade de vinho através de misturas com outras substâncias, nomeadamente vinhos de qualidade inferior, aguardente e baga de sabugueiro.
A diminuição da qualidade resultou no descrédito dos compradores dos principais mercados, entre eles a Inglaterra.
Assim os vinhos afamados do Douro perderam a confiança dos clientes e a crise tomou conta da região do Douro.
Para superar este problema, os grandes vinhateiros durienses propuseram, junto do Governo, a criação da Companhia Geral de Agricultores das Vinhas do Alto Douro, que acabou por ser concedida a 10 de Setembro de 1756.
A criação desta Companhia não foi pacífica, mas as exportações para Inglaterra voltaram a ser efectuadas. O vinho de qualidade passou a ter a marca de “feitoria”, uma designação única que oferecia garantias aos compradores.
Foi este episódio da História de Portugal e das gentes durienses que animou a vila de Carrazeda de Ansiães.