NERBA voltou a abrir portas aos amigos para sempre que aderiram em força à Semana de Recepção ao Caloiro

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Qua, 03/11/2021 - 18:13


Foi com um “sentimento de felicidade único”, nas palavras do presidente da Associação Académica do Instituto Politécnico de Bragança, Tiago Correia, que a Semana de Recepção ao Caloiro se voltou a realizar

A última, em 2020, foi cancelada e afastou os estudantes das festas académicas, mas, “finalmente”, o NERBA voltou a abrir portas aos amigos para sempre. A festa, que decorreu ao longo de cinco dias, começou na quarta-feira da semana passada, dia 27, tendo- -se prolongado até domingo, 31 de Outubro. Independentemente do ano e do curso, foram centenas os estudantes que responderam à chamada e não quiseram perder a retoma da Recepção ao Caloiro. Gabriel Borges, aluno do primeiro ano, não é muito de festas mas não faltou. “Vejo toda a gente a divertir- -se e, de facto isto ajuda a conhecer novas pessoas e a conviver”, ressalvou. Tiago Alves, estudante de Engenharia de Energias Renováveis, destacou que “foi uma semana excelente” até porque “já fazia falta voltar”. Estudante de Engenharia Alimentar, Bruno Dias já conta algumas semanas de festa no currículo académico. “O momento ainda é frágil mas não há medos, não pode haver. Já precisávamos de nos divertir. Isto fazia falta”, vincou o estudante. Oriunda de Barcelos, no IPB há quatro anos, em Dietética e Nutrição, Andreia Barbosa assumiu-se “feliz” pela retoma da festividade que muito “ajuda” em termos de “convívio”, de “união” e de “interação” entre os jovens.

“Trabalho árduo” pôs a festa de pé

Os tempos ainda não são, em nada, iguais aos que eram. Ainda é obrigatório, em muitos locais, o uso de máscara facial. O medo, em algumas pessoas, ainda é grande e a verdade é que, quando se trata deste tipo de eventos, de maiores dimensões, todos os cuidados são poucos. Em tempos assim, organizar a Semana de Recepção ao Caloiro não é, em nada, semelhante ao que já foi, noutros tempos. Tiago Correia, aluno de Gestão, natural de Vila Real, assumiu, este ano a presidência da associação académica. O ano em que tomou posse foi também aquele em que se tentou voltar ao normal. “É um orgulho mas ao mesmo tempo foi um desafio muito grande e tudo isto só foi possível graças a várias pessoas e entidades, nomeadamente a câmara de Bragança, a delegada regional de saúde, a PSP e ainda a equipa que me acompanha, porque os louros não podem ficar todos para mim”, assumiu, vincando que a adesão dos estudantes à festa foi bastante boa. Tiago Correia estima que, todas as noites, tenham aderido mais de duas mil pessoas, sendo que sábado e domingo se ultrapassou um pouco esse número. Em Mirandela também decorreu, ao longo da semana, a Recepção ao Caloiro. As festividades aconteceram em simultâneo, algo que não é de todo “tradição”. O presidente da associação, José Eduardo, faz um “balanço positivo”, sendo que as noites oscilaram entre as 600 e as 950 pessoas a aderir à festa. Em Mirandela subiram a palco Piruka, Quim Barreiros, DJ Fifty, entre outros.

Artistas aplaudem regresso das festas

Se este tipo de iniciativas é boa para os estudantes, não é menos mau para quem vive da música. Os Calema, a dupla de irmãos gémeos, naturais de São Tomé e Príncipe, levaram o NERBA ao rubro, no sábado à noite. O pavilhão encheu-se para os ver actuar e o concerto, segundo Fradique Mendes Ferreira, um dos artistas, “foi, de facto, magnífico”. “Foi bom sentir o público de perto, o calor humano, isso encheu- -nos o coração”, assinalou. António Mendes Ferreira também não se mostrou nada desagrado. “Não esperávamos ver tanta gente. Foi mágico”, apontou o artista, que aplaudiu ver tanta gente dos vários Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. “Pudemos ver a irmandade que aqui se vive, que é muito isso que também promovemos”, sublinhou. Os Calema estiveram em Bragança pela terceira vez. Além destes artistas, outros subiram ao palco do NERBA, entre eles Saul, Deejay Telio e Syro. A Real Tuna Universitária de Bragança (RTUB) também actuou. O magister, Samuel Silva, falou das “saudades” que já tinham em estar naquele lugar emblemático para quem estuda no IPB. “As tradições são podem perder. Ainda bem que tudo parece estar a voltar ao normal porque se assim continuasse até podíamos perder estas festividades tão importantes para nós”, terminou.

Elodie Rodrigues- Estudante- “Foi muito bom voltar ao NERBA. Não sei explicar. Esta semana é indescritível. Já estávamos cansados de estar longe uns dos outros”

Domingos Borges- Estudante- “A semana foi demais. Foi muito especial. É uma festa em que podemos conviver e encontrar amigos”

Tiago Correia- Presidente AAIPB- “O regresso era muito aguardado pela generalidade dos alunos. Houve um grande esforço mas correu tudo bem”

Calema- Músicos- “Esperamos regressar a Bragança porque passámos um bom momento. Foi um concerto único. Há aqui uma irmandade bonita”

 

Jornalista: 
Carina Alves