Número de funcionários da fábrica Sousacamp de Benlhevai pode vir a ser reduzido

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Ter, 21/01/2020 - 10:22


O número de pessoas que está nos quadros na Sousacamp de Benlhevai, Vila Flor, pode vir a ser reduzido.

A intenção foi anunciada pela empresa aos trabalhadores e, segundo José Eduardo Andrade, dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, a central de produção de composto desta filial vai ser encerrada. À semelhança do que está acontecer na fábrica de Benlhevai, também haverá uma redução de cerca de cem trabalhadores na filial Paredes. Foi ainda anunciado que a unidade de produção e colheita desta fábrica vai fechar e vai ser transferida para a de Benlhevai e Vila Real, para concentração de funções. “Aquilo que foi comunicado pelo director do sector de produção aos trabalhadores foi que ia haver um corte nos quadros de pessoal, para setenta trabalhadores naquela unidade. Isso implicaria o fim da produção de cogumelos e passaria a fazer apenas a expedição e embalamento”, explicou o dirigente sindical, acrescentando que alguma maquinaria, como tractores, empilhadores e caldeiras está a ser retirada da fábrica de Paredes, como forma de a “descapitalizar”. José Eduardo Andrade adiantou ainda que depois de ter sido feita esta comunicação na fábrica de Paredes, também ia ser anunciada a mesma intenção em Vila Flor e Mirandela. No que diz respeito à fábrica de enlatados da Sousacamp, situada em Mirandela, já em tempos, tinha sido fechada e as trabalhadoras transferidas para a fábrica de Vila Real. Tendo em conta a situação, a principal preocupação do SINTAB passa por garantir a manutenção dos postos de trabalho. “Se há dinheiros públicos que estão a ser entregues a fundo perdido no processo, ou seja, como perdão de dívida, o mínimo que podemos exigir é que, pelo menos, os postos de trabalho estejam garantidos na sua totalidade”. Na passada quinta-feira, o SINTAB enviou cartas à juiz de direito responsável pelo processo no tribunal de Vila Flor, ao administrador de insolvência, aos mandatários do NOVO BANCO e do IFAP, ao Secretário de Estado do Emprego e ao Secretário de Estado da Economia, para alertar para a necessidade de soluções e que “estes agentes decisores” sejam “aliados” na manutenção dos postos de trabalho. Em resposta a uma das cartas, o administrador de insolvência convocou uma reunião onde será esclarecida a futura gestão da empresa. Numa nota enviada à comunicação social, o SINTAB refere que há a possibilidade de um acordo entre o novo investidor e os principais credores, nomeadamente o Novo Banco e o IFAP, que consiste no perdão de cerca de 70% da dívida do Grupo Sousacamp.

Jornalista: 
Ângela Pais