Presidente de Vinhais e alcaides das localidades vizinhas reivindicam ponto de passagem

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Ter, 23/02/2021 - 15:34


O presidente da câmara de Vinhais, em conjunto com autarcas de Galiza, protestou, esta segunda-feira, junto à fronteira de Moimenta, ponto escolhido simbolicamente, e pediu que fosse aberto um ponto de passagem, com horário especifico, no concelho

Em Vinhais há cinco passagens para Espanha, todas encerradas, devido à pandemia. Luís Fernandes considera que “se foram abertas várias excepções no país”, então também pode acontecer em Vinhais. O autarca apelou a que o Governo permitisse que uma das fronteiras pudesse estar aberta, durante algumas horas, para a passagem dos mais de 20 trabalhadores transfronteiriços, obrigados a fazer mais de uma centena de quilómetros diários para conseguirem trabalhar. No distrito de Bragança, há apenas uma passagem aberta em permanência, em Quintanilha, Bragança. No entanto há duas com horário especifico, em Rio de Onor, duas vezes por semana, para que as pessoas possam tratar dos campos que têm do outro lado da fronteira, e em Miranda do Douro, duas horas de manhã e duas horas à tarde, todos os dias. “Temos vários trabalhadores transfronteiriços, alguns deles até estão sujeitos a perder o emprego, porque têm que fazer uma quantidade de quilómetros muito grande e isso traz constrangimentos enormes”, referiu o presidente da câmara de Vinhais, acrescentando que muito dos trabalhadores são profissionais de saúde. Os constrangimentos causados aos trabalhadores transfronteiriços é só uma das razões do protesto. Luís Fernandes referiu ainda que esta situação está a causar problemas também em termos económicos e comerciais. “Eu percebo que as medidas tinham que ser tomadas, o que está em primeiro lugar é a saúde, mas temos que atender também a esta situação, até porque há pessoas que trabalham na área da saúde, que são fundamentais. Deixo o apelo para que esta situação seja revertida”. Do outo lado da fronteira, em Galiza, estavam também alguns autarcas a reivindicarem também uma abertura da fronteira. Rafael Pérez, presidente da câmara de Mezquita, explicou que os trabalhadores têm que se deslocar a Chaves, já no distrito de Vila Real, para chegarem a Portugal. Percorrem mais de 100 Km’s até à fronteira, todos os dias. Esta situação obrigada a que tenham mais gastos e percam mais tempo, por isso alguns desistem e passam a fronteira ilegalmente. “Não sei se posso chamar ilegal, mas uma maneira de testar a sorte. Alguns deixam o carro de um lado, outro do outro e passam a pé. Não têm outra solução, têm que resolver a sua vida”, afirmou. A maioria dos trabalhadores transfronteiriços espanhóis trabalha em restaurantes e padarias portuguesas. Do lado espanhol, o controlo de fronteiras vai manter-se até 1 de Março. Ainda assim, os autarcas de Mezquita, Riós e Gudinha estão também a fazer este apelo ao Governo de Espanha.

Jornalista: 
Ângela Pais