Ter, 24/06/2008 - 11:24
Entre a agitação e o corre-corre próprios de uma cidade e a lentidão típica de horas vagarosas. Apesar da crescente proximidade com Bragança, a rotina e tradições de Samil permanecem e resistem ao avançar dos anos e da modernidade.
Talvez seja esta perfeita conjugação entre o passado e o presente, o rural e o urbano que leve cada vez mais pessoas a procurarem habitação na freguesia.
“A construção tem aumentado muito nesta zona e só não temos feito mais porque há áreas em que não é permitido construir”, explicou o presidente da Junta de Freguesia de Samil (JFS), Eduardo Portela.
Segundo o autarca, a localidade é, cada vez mais, um “dormitório de Bragança, onde as pessoas têm outra qualidade de vida, pois têm sossego, mas continuam a estar praticamente dentro da cidade”. Contudo, a nova construção tem-se verificado, sobretudo, na periferia da aldeia, fazendo com que o “centro histórico” fique votado ao abandono, visível na quantidade de casas em ruínas e desabitadas. “Muitas pessoas tinham terrenos mais afastados de Samil e deixaram as suas habitações no centro da aldeia”, informou Eduardo Portela.
Turistas podem conhecer o variado património religioso e natural da freguesia
Sendo uma freguesia bastante dispersa, Samil abrange um variado património histórico e religioso bastante procurado por turistas, sobretudo na época do Verão, como o Santuário de Cabeça Boa, cuja capela é de origem barroca setencista. Também o São Bartolomeu, único miradouro sobre Bragança, é um ponto de passagem obrigatória para quem quer conhecer pormenorizadamente a freguesia. Actualmente em remodelação, este espaço vai ser alvo de profundas obras que permitam oferecer todas as condições aos visitantes e fiéis daquele Santuário. “Em conjunto com a Câmara de Bragança, vamos desenvolver um projecto de alguma envergadura que visa a criação de melhores acessibilidades e um parque de merendas, entre outras infra-estruturas”, acrescentou Eduardo Portela.
O nome da freguesia é de proveniência germânica, o que comprova a passagem deste povo pela Península Ibérica. Contudo, vestígios arqueológicos, como a “Fraga do Selvage”, comprovam que a origem da localidade é muito mais antiga, levando a crer que povos pré-históricos passaram pela aldeia.
Além da história e património edificado e natural, como a área protegida do Tojal, uma das únicas da Europa dentro das espécies que abrange, Samil é, também, conhecida pelas suas tradições, como a festa de Santo Estêvão, Santo António, Senhora do Rosário e Santa Teresinha.