Simples…mas especiais

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Ter, 17/05/2005 - 16:27


Ricardo Azevedo (vocalista), Fernando Tavares (bateria) e Mário Sá (guitarra), naturais de Santa Maria da Feira, formaram a banda “Ez Special” no ano 2000. Após dois registos discográficos, os concertos multiplicaram-se e o grupo começou a ganhar uma dimensão cada vez maior no panorama da música nacional. O seu último trabalho “Leitmotiv” saiu a 28 de Fevereiro e teve entrada directa para o top nacional. O Jornal NORDESTE falou com eles após o concerto da Semana Académica de Bragança.

JN - Os Ez Special são um grupo português. Qual foi a razão que vos levou a cantar em inglês?
ES - É uma pergunta muito habitual e faz todo o sentido. Somos portugueses e cantar em inglês foi uma escolha feita inconscientemente.
Quando tinha 15 anos comecei a cantar em inglês na brincadeira, duma forma descomplexada e nunca pensei que, um dia, ia lançar um disco com uma banda. Quando chegamos a um ponto mais sério começámos a fazer uma evolução sempre em inglês. Contudo, acho que as pessoas que tiverem oportunidade de escolher não devem desprezar o português porque é uma língua muito bonita. Acho que também nos fica bem a nós, que cantámos em inglês, dizer isto. Muitas vezes é muito difícil às bandas portuguesas terem sucesso lá fora e a verdade é que existe uma falta de bandas e artistas a cantarem em português.

JN - Sucesso é o que não falta à vossa banda…
ES - Tivemos sorte. Tivemos a felicidade de terem acontecido várias coisas que nos foram lançando e, quanto ao sucesso, não nos podemos queixar.

JN - Porquê o nome “Ez Special” para designar a vossa banda?
ES - Mais uma pergunta muito comum... Escolhemos este nome porque queríamos que a nossa música assentasse na simplicidade, chegasse às pessoas com alguma facilidade e fizesse parte da vida delas. Então “easy” sinónimo de fácil e ao mesmo templo simples, mas também muito especial. É esse o universo dos “Ez Special”: a simplicidade, a melodia e uma linguagem universal.

JN - Saul Davies, um nome conhecido pelo seu trabalho com os U2 ou David Bowie, pode ter tido um forte contributo para a mediatização dos “Ez Special” no mundo da música internacional? Como surgiu a oportunidade dele colaborar convosco?
ES - Foi um bocadinho de sorte. Nessa altura ele estava cá em Portugal e, quando nos apresentaram e lhe mostrei as músicas, ele disse logo que gostava de trabalhar connosco.
Ele chegou a apresentar a nossa música lá fora à editora “American”, que era a editora dos James, e gostaram muito, mas na altura em que foi feita a apresentação vivia-se uma recessão em Inglaterra, que afecta hoje o nosso País, e estavam a despedir muito artistas. Assim essa oportunidade foi por água abaixo. Mas Saul Davies deu muita dignidade ao nosso trabalho, sobretudo cá dentro. Havia muita gente que não conhecia os “Ez Special” e a partir do momento que ele começou a trabalhar connosco este grupo passou a ter interesse.

JN - O vosso trabalho tem sido um sucesso. Para além das diversas participações em semanas académicas e festivais, em 2002 conseguiram a proeza de actuar no palco principal do Festival de Paredes de Coura, sem ainda terem um álbum editado. Como é que lidam com este enorme sucesso?
ES - Eu continuo a dizer que temos sorte. Somos pessoas, tentamos ser o mais simples possível e damo-nos com toda a gente.
Esse sucesso deu-nos melhores condições para tocar, tivemos mais espectáculos e passamos a ser mais requisitados, tanto pelas rádios como televisão. Temos as portas abertas e, nesse aspecto, sentimo-nos mais preenchidos.
Não mudou muita coisa. Às vezes sinto que estou a ser mais observado, tive que lidar com os fãs, mas isso é gratificante porque vemos o nosso trabalho reconhecido.

JN - Em Março de 2003 editaram o vosso álbum de estreia intitulado “In` Out”. Porquê este nome para o vosso primeiro álbum?
ES - “In`Out”... Para nós o nome do disco quer dizer que todos nós temos os nossos próprios momentos e penso que a música tem tudo a ver com isso. Sempre que saímos de casa para dar um concerto saímos do nosso cantinho para cantar as músicas que foram mediatizadas e temos um projecto “Ez Special”. Isso é que é o “out”.

JN – O tema “In` Out” foi escolhido pela TMN para uma campanha publicitária. Que significado tem a escolha desta música para publicidade?
ES - A importância da TMN foi gigantesca não só para a nossa banda mas para a música portuguesa, porque foi uma empresa pioneira a apostar em música portuguesa para as publicidades. Depois disso foram muitos atrás, não na TMN mas noutras marcas, e seria hipócrita se dissesse que não nos favoreceu nada. Foi bom, pois poupou-nos muito trabalho promocional. Ficámos mais conhecidos e isso fez com que a banda crescesse muito mais rápido.

JN - Quais são as novidades que os “Ez Special” têm reservadas para as fãs ainda durante este ano?
ES - Vamos lançar mais singles do nosso disco, mais vídeoclips e vamos tocar muito. Estamos com uma agenda repleta de concertos. Até Setembro já temos cerca de 70 concertos marcados. Este ano vai ser o ano dos “EZ Special”. Temos concertos especiais na manga e também está a ser planeado um DVD.

JN - Já é a terceira vez que actuam em Bragança. O que é que acham o público?
ES - Quando viemos a Bragança pela primeira vez éramos completamente desconhecidos, tocámos cá em 2002 com os “Waterboys”. Em 2003 tocámos com os “Da Weasel” e aí já éramos mais conhecidos.
Hoje a reacção do público de Bragança foi espectacular. Escolhemos um alinhamento muito dinâmico e as pessoas vibraram com o nosso concerto.