Identificar e combater a vespa asiática

PUB.
Como é a vespa-asiática ou vespa velutina? Tem a cabeça preta com face laranja ou amarelada, o corpo castanho-escuro ou preto, um segmento no abdómen amarelo-alaranjado na parte dorsal, as asas escuras e as patas castanhas com extremidades amarelas. Mede entre 17 e 32mm. Os seus ninhos são arredondados, podendo chegar a um metro de altura e até 80 centímetros de diâmetro. Cada um pode albergar entre 2 mil e 13 mil vespas.

Como se comporta?

É diurna e predadora de outras vespas, abelhas, entre outros insetos. O seu método de ataque é simples: começa por esperar as abelhas carregadas de pólen junto das colmeias. Depois, captura-as e corta-lhes a cabeça, patas e ferrão, para aproveitar o tórax, a parte mais rica em proteínas. Por fim, transporta-as para o seu ninho para alimentar as larvas. Tem um ciclo biológico anual, sendo que atinge a máxima atividade no Verão, devido ao aumento de ninhos e crescimento da colónia.

 

De onde veio?

A vespa velutina é originária de uma área que abrange as regiões tropicais e subtropicais desde o Norte da Índia até ao Leste da China, Indochina e arquipélago da Indonésia. Dentro desta área, vive nas zonas montanhosas e mais frescas. Já a subespécie Vespa velutina nigrithorax (que se encontra em Portugal) habita no Norte da Índia, Butão, China e nas montanhas das ilhas de Samatra e Celebes.

Há mais de uma década que a vespa velutina foi detetada fora da sua área natural, nomeadamente na Coreia do Sul em 2003 e na Europa em 2004. Depois, em 2010, foi confirmada no Nordeste de Espanha, em 2011 na Bélgica, e em 2012 em Itália.

 

Quando chegou a Portugal?

Desde 2011, está confirmada a presença da vespa velutina em Portugal, espécie não-indígena, predadora da abelha europeia. Os primeiros ninhos e avistamentos do inseto foram confirmados nos distritos de Braga e Viana do Castelo e, desde então, tem-se assistido a uma progressão gradual da área afetada no território nacional. Os modelos previsionais apontam para que, em Portugal, esta espécie possa vir a colonizar quase todo o território continental, em função da suscetibilidade ambiental.

 

Quais as zonas mais afetadas pela vespa-asiática em Portugal?

A presença da vespa-asiática em Portugal foi confirmada no Norte e no Centro do país, até à bacia do Tejo, mas estima-se que vá colonizar todo o território continental. A localização dos ninhos e dos avistamentos dos insetos pode ser visto na plataforma SOS Vespa (www.sosvespa.pt), que cartografa e monitoriza essas ocorrências através da colaboração de cidadãos e de instituições. Como a plataforma gerida pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) depende dessa colaboração e porque já havia outros canais de informação e sistema de deteção a funcionar, os valores de alguns distritos podem não corresponder à situação real.

 

Quais os seus principais efeitos e consequências?

A vespa velutina instala-se sobretudo em áreas urbanas e periurbanas. Por tratar-se de uma espécie carnívora e predadora de abelhas, configura uma ameaça à sustentabilidade da apicultura em território nacional, com eventuais consequências diretas na produção de mel e produtos relacionados, assim como na produção agrícola, por via da diminuição da polinização vegetal, ponderada a importância das abelhas melíferas nesta relevante função biológica.

Constitui também um risco para as populações pois, no caso de sentirem os ninhos ameaçados, reagem de modo bastante agressivo, incluindo perseguições até algumas centenas de metros. O tratamento da picada requer os cuidados habituais para picada deste tipo de insetos.

 

Como comunicar a deteção ou suspeita de ninhos e de exemplares de vespa asiática?

Pode preencher-se um formulário na plataforma SOS Vespa; completar o anexo IV do Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina em Portugal desenvolvido pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária e pelo ICNF com o contributo do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (revisto e atualizado em 2018) e enviá-lo para a Câmara Municipal da área de deteção; contactar a linha SOS Ambiente (808 200 520) ou pedir a colaboração da Junta de Freguesia da área da observação.

Relativamente à destruição dos ninhos, devem seguir-se as orientações do plano de ação e usar equipamentos de proteção. Nunca se deve usar armas de fogo, pois só destroem parcialmente o ninho e contribuem para a dispersão das vespas.

 

 

Onde obter mais informação:

– ICNF Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina

http://www2.icnf.pt/portal/pn/biodiversidade/patrinatur/especies/n-indig...

– Despacho n.º 8813/2017 – Criação da Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa velutina

https://dre.pt/application/conteudo/108264556