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Manchas – são todas iguais?

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Vou começar pelas mais conhecidas, as efélides, popularmente chamadas de sardas, são pequenas manchas escuras, muito frequentes em áreas expostas da pele, como o rosto e a região do decote. São mais comuns em pessoas de pele mais clara e ruivas e são devidas ao aumento excessivo de melanina (pigmento que dá cor à pele), causadas pela exposição continuada da pele ao sol e, por isso, tendem a escurecer mais durante o verão e a desvanecer no inverno. São muito comuns em crianças e até mesmo em adultos, mas têm tendência a desaparecer com o passar do tempo. Outras manchas que deve conhecer são os lêntigos solares, também conhecidos como mancha senil ou melanose solar. São manchas planas e de coloração acastanhada ou cinzenta, geralmente redondas ou ovaladas e com tamanho variável. Ao contrário das sardas, não desvanecem com o tempo e, geralmente, desenvolvem-se em adultos com mais de 40 anos, sendo muito frequentes na população mais idosa. Tal como o nome indica, na sua origem está a exposição desprotegida ao sol e o envelhecimento da pele. Por isso, aparecem mais em áreas expostas ao sol: rosto, dorso das mãos e braços. Depois da quarta década de vida, aparecem também outras manchas escuras na pele: são queratoses seborreicas, têm tonalidade castanha variável, são salientes, rugosas ao tato, com aspeto semelhante a uma verruga e podem crescer progressiva mas lentamente. Podem surgir na cabeça, pescoço, peito ou costas. São causadas pela proliferação benigna de queratinócitos, que são as células mais frequentes da epiderme (a camada mais superficial da pele), responsáveis pela síntese da queratina. As queratoses seborreias e os lêntigos solares são conhecidos como manchas da idade, de carácter benigno. Então e aquelas manchas grandes, escuras, que surgem na gravidez? Trata-se de Melasma! O melasma é uma condição adquirida, que tende a ser crónica e recorrente após tratamentos. Caracteriza-se por manchas hiperpigmentadas, castanhas ou castanho-acinzentadas, de contornos irregulares. Ocorre devido a uma produção anormal de melanina numa região específica. Embora a causa não seja totalmente conhecida, consideramse como fatores de risco: fatores genéticos, alterações hormonais como gravidez, alguns contracetivos orais e terapêutica hormonal de substituição na menopausa, doenças da tiroide, exposição à radiação ultravioleta (UV) e alguns medicamentos. Surge tipicamente entre 25 e os 45 anos, e muitas vezes a primeira manifestação surge na gravidez, sendo, nestes casos, conhecido vulgarmente por “pano” ou cloasma. É mais comum em mulheres, de cor de pele mais escura, embora também possa surgir em homens. O local mais comum de aparecimento é no rosto: bochechas, testa, nariz, por cima do lábio superior e queixo. Mais raramente, pode também surgir no pescoço e braços. Por ser uma condição crónica, não tem cura, pelo que exige tratamento inicial e cuidados preventivos ao longo de toda a vida. Para além da radiação ultravioleta, hoje sabe-se que também a luz visível e luz azul dos aparelhos eletrónicos agrava esta patologia, pelo que o uso de protetor solar de largo espetro, diariamente, é essencial, bem como a sua reaplicação ao longo do dia. Preferencialmente, quem tem melasma deve optar por protetores com cor, que conferem proteção adicional. E atenção: não é só a região afetada pelo melasma que deve ser protegida! A radiação UV no corpo agrava as manchas de melasma do rosto. Por isso, deve usar protetor solar em todas as áreas expostas ao sol, durante todo o ano. Esteja atento à sua pele. Esteja atento ao seu corpo. Esteja atento a si.

Marta Fernandes

(Médica especializada em medicina estética)