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Do Movimento Operário e Outras Viagens, de Ernesto Rodrigues

Um poema é a projecção de uma ideia em palavras através da emoção.
A emoção não é a base da poesia: é tão somente o meio de que a ideia se serve
para se reduzir a palavras.

Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

 

Este livro de poesia é composto por quarenta poemas, elaborados como resposta aos estímulos das deambulações do poeta, como se infere da leitura do título “Outras Viagens”. Os topónimos poetizados por Ernesto Rodrigues são as cidades míticas que enformaram a sua cultura, nessa busca interminável do ser por ele próprio e, através dele, pelo outro, lato sensu, pelo homem em busca da sua felicidade, que o poeta só consegue descortinar pelo amor à língua, cultura e civilização.
A obra abre com a composição poética que dá título ao livro, “Do movimento operário”, onde, para além de se fazer uma sentida homenagem ao honesto trabalho com o qual o Homem ganhará o pão, metaforizada no pai do poeta, se compara o ofício da forja, isto é, do ferreiro ao ofício cantante, ou seja, à ars poetica. Assim, para o eu lírico, o processo alquímico é análogo, pois, tal como o ferreiro domina e molda o ferro em brasa para dar forma aos mais belos e proveitosos utensílios, o poeta funde, molda e dá forma às palavras para escrever o verso mais perfeito que consiga auxiliar o leitor na sua autognose permanente.
O segundo poema é um soneto, embora a arquitetura estrófica não seja a canónica, uma vez que é composto por um dístico e três quadras, dedicado à mãe do poeta, onde se patenteia o carinho e a ininterrupta preocupação maternal. Parece-me que o dístico resultaria melhor no final, visto tratar-se da súmula do poema, funcionando, assim, como chave de ouro.
Os poemas deste livro podem reunir-se, segundo creio, em dois grupos: o primeiro marcado pelo tom mais intimista, ou seja, mais lírico, presente nos sete sonetos e nas composições mais curtas, onde se ouve a voz dolorida do poeta murmurando com saudade as doces alegrias pretéritas; o segundo, e mais amplo, compreende o grande número de poemas narrativos, que, na minha ótica, se organizam em torno de duas realidades, significativas a todos os níveis para o poeta, a saber: Europa, e Portugal/Nação/Pátria.
No primeiro grupo, encontramos textos sobre topónimos da Hungria e de outras cidades e países da Europa, que enformaram culturalmente o poeta. Nestes poemas de grande fôlego o tom épico alterna com o lírico, facilitando a comunicação com o leitor.
O seguinte reúne poemas sobre o país, assunto de questionação constante pelo poeta, onde o tom épico secundariza, de vez, a voz lírica, nos quais o eu poemático assume, sem ambages, a atitude prometaica da poesia. Esta atitude leva-o a declarar abertamente o seu intento, que passa por provocar a reflexão no leitor e levá-lo à ação, para que, em conjunto, se possa construir um mundo melhor. Nem outra função pode ser cometida à poesia a não ser inventar novas realidades a partir do real concreto. 
Menciono o poema épico “Outra Pátria”, em jeito de epítome do que afirmei atrás. Esta composição apresenta a estrutura interna da epopeia, pois encontra-se dividida em quatro partes: proposição, invocação, dedicatória e narrações. Aqui, creio que o modelo é Camões, uma vez que as epopeias clássicas não apresentam, na sua estrutura interna, a dedicatória. Poema singular e fulcral na arquitetura do livro, onde imitador e imitado se confundem num derradeiro esforço de refundação da pátria que, por incrível que pareça, continua numa austera, apagada e vil tristeza. Não falo nas aproximações estilísticas, realço, tão só, os motivos e propósitos enunciados no incipit do poema: “A luz, a cor, o dom de minha terra / canto, no tempo mau em que navego.” (p. 50, sublinhado meu) Resulta, também, feliz a decomposição dos versos da “proposição” em elementos, realçando, desta forma, o ritmo e a compreensão da leitura. A primeira estrofe da composição 4 da narração corrobora a ideia de privação e do abatimento que persiste em acompanhar o país, no presente, como se percebe pela interrogação com que termina a estrofe: “Que bravia sombra vem, / ronronante, levando-me por sobre / sonhos gastos de pátria tão pobre?” (p. 61)      
É, ainda, pertinente salientar que este carme é antecedido pelos poemas “Língua” em que lemos: “Eu comovo-me, povo, com teu fado, / a coragem de ser além de nós, / tão pequeno, já solo embarcado, / para longes contactos, uns após // outros – em sintonia cor e língua.” (p. 44); “História de Portugal”, no qual se revisitam os acontecimentos fundadores da nossa identidade como Nação; “Pátria”, onde “Chão, Deus, água, valor, língua, / são quinas de Portugal” (p. 46); “Rimas Pobres”, em dois andamentos: no primeiro o poeta apresenta um retrato mórbido do país, como se pode constatar pela primeira quadra: “A maldade tomou conta de nós. / Prometia baixar impostos; dar / emprego a milhares; ser correcto; / ajudar quem precisa, e avós” (p. 47). A segunda parte encerra com um aviso e a convocação à não resignação dos leitores/eleitores para que não embalem no falar melífluo dos governantes: “Mas, se fores // na conversa, em ti chorarás quanto / buscou evitar-te este meu canto.” (p. 47, sublinhado meu) O vate acredita na possibilidade de a poesia, “este meu canto”, ajudar a transformar o mundo e a tornar o ser humano mais cônscio; “Governo”, onde se faz uma crítica desvelada à imigração e se apela à pátria, adjetivada de amada, para que, tal como uma mãe, continue a sustentar os seus filhos, “O exílio // não é vocação - pesa-, ó amada pátria: sê grande, mas em ti; cria bens;” (p. 48).
A composição “Outra Pátria” precede o carme “Democracia”, um longo poema narrativo organizado em seis partes no qual o poeta, recorrendo a adágios populares e a frases feitas, continua a pintar um quadro do país com cores esmaecidas, onde, apenas, é nítida a falta dessa mesma liberdade que dá título ao carme. O sujeito lírico chega ao ponto de a apostrofar, “Sê, democracia, igual aos que te desejam recta, cultivada” (p. 64). Ato contínuo, o poeta continua a enumerar as desventuras da democracia, recorrendo, despojado das demais armas, à poesia como a derradeira salvação, “A ti cabe, amigo verso, tal / dedicatória (…) Por ti começa, verso, sermos outros” (p. 65). Mas, e apesar destes desejos e incentivos para que a democracia seja o sol do país, a composição culmina de forma disfórica, como se pode constatar pela leitura destes versos: “Tens, ó democracia, sangue vil em ti. / Não digas, pois, que és democracia. Oh, / mas que de ilusões o homem se sacia…” (p. 68) 
Este conjunto de poemas, sob o signo da portugalidade, apresenta três momentos. O primário formado pelo conjunto de carmes que precedem “Outra Pátria”, nos quais o poeta reflete sobre o país no passado, no presente e “sem futuro”. Por essa razão, ele propõe uma alternativa, seguindo no encalço de Camões, que passa por reedificar uma “Outra Pátria”, acreditando que o canto/a poesia, como aconteceu com o épico, pode cumprir esse desígnio. Penso ser essa a inferência que se pode retirar da leitura da estrofe que encerra o referido poema: “Honrar quem nos comove: língua, chão, / dignidade; ser grande na incerteza / lida de viver. Um poema não / faz muito - mas é cais, casa, desperta / asas do sim, que dão cor ao lugar. / Um poema faz-se para criar.” (p. 61, sublinhado meu).
Os antepenúltimos poemas do livro, “Civilização” e “Cultura”, reacendem a proposta de Pessoa na Mensagem. No entanto, o que em Pessoa era sonho, crença e esperança nesse Quinto Império capaz de redimir o país, é, no presente, para Ernesto Rodrigues, desalento, pois “A civilização é um mal sem cura; / sobrevivemos?” É, ainda, miséria e sujeição, “dependência, necessidades falsas – sonho de verbo-acto, adjectivo, / quando a vida é nome pobre” (p. 71). É, por fim, hipocrisia: “Cresce sociedade / no equilíbrio certo / entre o ser e o ter. (…) Morrem / povos famintos. Voam / palavras, que encobrem / os ares; e não vende / arte fora de moda” (p. 74). A deceção é total, como se depreende da interrogação “Que mundo nos calhou, / tão desequilibrado?”
O livro de poesia Do Movimento Operário e Outras Viagens abre com um tom épico cantando as capacidades do homem que, modificando o mundo, pelo trabalho, se transforma. E finda com o registo lírico em tom autobiográfico no poema “Dono de mim, não perco nada. Séneca”, e com a crença nas potencialidades da vida humana em “A vida não é uma linha; tem”, onde as últimas palavras constituem um repto à não resignação do ser humano e à crença nas suas capacidades para transformar o mundo: “Faz / da dor teus pés de lã, rasgando lagos; / do riso, praia nua, que afago” (p. 76).
Epilogando, este livro pode ler-se como uma sonata em três movimentos e em forma circular: o primeiro, onde se faz a apologia épica do trabalho; o segundo, onde ecoam algumas vozes resultantes da fadiga e do ceticismo emanados da espuma dos dias, para, no último andamento, se reforçar, de novo, as capacidades individuais do ser humano.
 

DE REGRESSO À CLARIDADE

1. Após algumas semanas nas profundezas bem perto do Hades, mercê de um acto cirúrgico fora do esperado, consegui voltar à claridade. Foi um refrigério, apesar de a convalescença ainda ser longa e neste momento me faltar a legitimação do equilíbrio de forma duradoura e sustentada. Exercício e fisioterapia por mais uns tempos. Voltar à claridade deu-me a exacta noção da nossa pequenez ante um simples dói-dói, parafraseando o desbocamento alar do deputado Amaral.
2. Falando em desbocamentos, fiquei aturdido em face da profusão de especialistas no domínio da protecção florestal, tantos outros no referente às causas da tragédia de Pedrógão e ainda no que tange às formas de poder ter sido evitada, sem colocar em dúvida as dúvidas suscitadas pelas contradições inseridas nos relatórios da burocracia especializada na linguagem de pau e no enterro da culpa que morre sempre solteira e virgem.
3. A par da tragédia, tal como aos antigos folhetins radiofónicos estilo TIDE da minha adolescência, um senhor funcionário antigo «papa» Pinto da Costa oferece aos fanáticos da bola ingredientes de mensagens onde o Benfica surge na pele do grande manipulador dos bastidores do universo do desporto-rei. Na sequência, os palradores televisivos animam horas e horas nas televisões para gáudio de uns e desespero de outros. Assim irá continuar enquanto não chega o campeonato e consequentes tribulações.
4. Os jornais dão conta de traições, raivosos ciúmes, além das inevitáveis proclamações de fé na vitória nas próximas eleições autárquicas, fazendo lembrar a rã a soprar para dentro na esperança de conseguir atingir o volume do boi, ora muitos dos candidatos não conseguem passar de girinos esganiçados a prometerem sol na eira e chuva nabal. O povo moita carrasco!
5. Eu não vi o amplexo entre Marcelo e Jorge Gomes no palco da desgraça, os homens também choram e muito, não lhes fica mal apesar da velha e abstrusa crença no ser sinal de fraqueza os homens chorarem. O escritor Sttau Monteiro escreveu um livro intitulado Um Homem não chora no qual exorciza o mito.
6. No vendaval dos prós e contras, acerca de quem tem culpas no cartório decorrentes dos negregados acontecimentos derivados dos malefícios do fogo não li, nem ouvi safanões à acção de Jorge Gomes o que muito me apraz, sem fanfarronadas, discreto, não corre para ficar em lugar saliente é merecedor de elogio. A sua Ministra de voz ciciada está tremida, no rescaldo veremos se não será imolada porque não se tem mostrado convincente na apresentação dos seus argumentos.
7. Este jornal reproduz declarações de João Gonçalves, ele manifesta incertezas sobre a adesão à Comissão Intermunicipal do Douro, a seu tempo nas colunas de o Nordeste lamentei a falta de coesão levando à desunião no Distrito fazendo prevalecer a ganância sobre a identidade e os liames da unidade, nunca é tarde para arrependimentos veja-se S. Pedro, só que agora a orelha não verte sangue ao menos o Santo cortou uma.
8. Passou mais uma festa em honra do chaveiro do céu na aldeia de Lagarelhos da qual é orago, revejo-o no andor sempre direito apesar dos tropeções dos mordomos sustentáculos do andor, barba cerrada canosa tal como a florescente cabeleira, nas mãos as chaves, o Santo proporcionava colorido dia de festa apimentada pela língua dos jogadores de paus e comparsas, apostavam-se litros de vinho, tentavam-se ajustes de contas lembrando jogatanas antigas. Tenho a obrigação de visitar o Santo de vez em quando, estou em clamorosa falta, espero repará-la na próxima ida á aldeia dos prodígios.
9. Atirado para a obscuridade durante tempo a não desejar a ninguém, no retorno à claridade levanto neste escrito casos e assuntos por demais conhecidos, foi uma forma de recuperar lembranças, de voltar à escrita e agradecer ao Teófilo Vaz os seus cuidados e o toque a rebate a dizer ter chegado a hora de recomeçar. Assim o faço para lá das cautelas e limites de quem a ainda faltam muitas sessões de adestramento dos músculos para estar em pleno. Ao Teófilo o meu obrigado

Mundividência

Boas tardes meus caros. Como têm passado? O calor aperta por aí? Costuma dizer-se que o tempo que vem no seu tempo não é mau tempo. O tempo, sempre tão dado a ditos e lengalengas. Sem perder tempo vou dar-me a outras considerações e mudar um pouco de assunto. Por mais que os tempos avancem e se celebrem vitórias há uma coisa de que os portugueses mal conseguem desprender-se. De cada vez que se fala do estado das coisas em geral ou de algum tema em particular lá vem o velho argumento “porque lá fora é assim”, porque “na Europa faz-se assado”, porque “lá é diferente” (entenda-se por diferente muito melhor do que cá). Primeiro este tema não é novo. Já Eça de Queirós escrevia acerca desta tendência para o português facilmente se deslumbrar de cada vez que ia ao estrangeiro e uma vez regressado ninguém o calava com esses “porque lá fora isto, porque lá fora aquilo”. Falava desta espécie de basbaquice portuguesa acompanhada pelo constante engrandecimento de tudo o que se fazia no estrangeiro e a tendência para a desconsideração da nossa própria forma de fazer as coisas. Hoje em dia ainda é comum estar a ler notícias ou entrevistas e surgir o tal “porque na Europa”. Portugal, país acontinental de morada desconhecida, onde a Europa é outra coisa. Penso que estes princípios e atitudes, como tudo, têm um lado bom e um lado mau. O lado bom é que olhamos para fora e de uma maneira ou de outra nos inspiramos ou aprendemos algo com isso. Somos um povo atento ao mundo, basta ver o espaço que as notícias - de todo o tipo - estrangeiras têm nos nossos meios informativos. Nas décadas mais recentes apreendemos e adoptamos muitos modelos e condutas importadas, nem todas se aplicam à nossa realidade, mas a verdade é que essa atitude nos ajudou a melhorar, a desenvolver, tentativa, erro, a encontrar o nosso estilo com essa noção presente de como é “lá fora”. É verdade que sermos um país que se cruza em duas horas ajuda um pouco a esta predisposição. Países territorialmente extensos, quiçá demasiados extensos para um país só, têm muito com que se entreter dentro de portas, diferenças de vária ordem para agregar diariamente, sendo que não possuem nem de perto nem de longe esta visão global como povos de todo um vasto mundo que os circunda. São de certa forma países autónomos e auto-suficientes no que à mundividência (visão ou concepção do mundo) diz respeito. Países há que têm objectivos muito concretos no que respeita a esse “olhar para fora”, perseguem ferozmente certos modelos económico-sociais (mais económicos do que sociais) e fazem uma filtragem do que consideram acessório ou dispensável para conservar essa concepção. A China, pois claro, tem ambas as características. Em chinês, China (中国 –Zhong guó) significa “país do meio”. Reparem bem em como é gráfico esse primeiro caracter e nele se consegue divisar perfeitamente o significado de “meio / centro”. Historicamente a China sempre se viu e se vê como o país do centro. Aliás, o que para o Ocidente a Antiga Grécia representa, a Oriente todas as culturas beberam de uma forma ou de outra da ancestral China Imperial. Por exemplo, aqui o mapa do mundo tem a China (Ásia) no meio. A Europa e África à esquerda e as Américas do lado direito. Quando vejo um mapa-mundo dos chineses lembro-me do Cabo da Roca e da pedra que cita Camões, “onde o mar começa e a terra acaba”. Isto porque à esquerda de Portugal no mapa só o Oceano Atlântico. Mas se afinal o planeta é redondo quem os impede de o apresentar deste modo e de se colocarem no lado que quiserem da fotografia? Estas coisas ajudam a perceber como os povos se vêem no meio do mundo. Isto é, os chineses vêem-se literalmente no meio, no centro do mundo, mas o que eu queria dizer é como nos vemos como parte deste planeta, deste conjunto de territórios e nações. Não me esqueci, o lado mau. O lado mau é que esta ideia constante de tomar o lá fora como exemplo, por vezes faz-nos ver um pouco mais pequenos em relação aos outros e, como consequência, faz com que os outros nos vejam também dessa forma. Um pouco como aquela do “se não gostares de ti quem gostará?”. Neste caso, se te vês a ti mesmo de um determinado modo como queres que os outros te vejam? Os nossos olhos postos lá fora, e nos que vêm de fora, dão-nos uma visão do mundo mais ampla e inclusiva. Em jeito de balanço creio que esta postura tem-se despido bastante da pequenez de outrora e tem tido um impacto considerável e positivo em nós enquanto sociedade. Mas o que será exactamente este “lá fora” que tanto repetimos? Talvez volte a falar disso. Cuidai-vos!

Helena Alves, o primeiro elemento da Família do Tio João

Ter, 04/07/2017 - 10:15


Olá familiazinha! Já estamos no mês sete, que é Julho. Mês de férias para alguns e de trabalho para muitos. E que seja de vida para todos.

Os nossos amigos emigrantes já têm o ponteiro das saudades no vermelho. Já falta pouco!

Nos dois últimos dias do mês de Junho, o Verão abrasador foi de férias e tivemos a oportunidade de refrescar as casas e de passear os casacos. Mas agora já voltou o Verão em grande.

Os escritórios da terra também tiveram rega automática vinda do céu: a chuva.

 

Segurança e democracia

Ter, 04/07/2017 - 09:42


Vivem-se tempos paradoxais em que, apesar de todas as globalizações, festejadas ou sofridas, os indivíduos se deixam embalar em ilusões sobre redomas que os manteriam a salvo das agruras da história, mesmo quando os sinais de risco se repetem a ritmos avassaladores.