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Prisões & Gastronomia

Na semana passada recebi um e­mail da Senhora Dr.ª Helena Diegues, no qual me convidava a participar na semana cultural do Estabelecimento Prisional de Izeda, abordando o tema – cultura gastronómica – o que para meu desgosto não pude aceitar. E, eu tinha tido redobrado gosto, porque conhecendo­me a mim próprio regressava ao espírito e à acção de engrandecimento espiritual dos reclusos quando por imperativo profissional visitava e procurava aumentar os fundos bibliográficos das cadeias de Pinheiro da Cruz, Penitenciária de Lisboa, Linhó, Leiria, Custóias e Paços de Ferreira. Era a acção da Fundação Gulbenkian através do seu Serviço de Bibliotecas junto de todos, mesmo dos privados de liberdade dado terem pisado o risco da normalidade social, conferindo dimensão universal à essência da Instituição, não a confinando a vectores valiosos sim, no entanto desprovidos dessa amplitude social, científica, cultural e até técnica dentro do conceito quando o Homem não vai ter com a sabedoria, a Sabedoria alcança o homem. Em Izeda, desde 1961, até ao apagamento do farol itinerante, a Biblioteca sedeada em Mogadouro emprestou milhares e milhares de livros aumentando a felicidade precária de todos quantos a frequentavam.

O gosto em dissertar acerca do tema logo me levaria a referir Arquetrasto autor de um longo poema culinário, explicar o conceito de banquete – filosófico, religioso, de ostentação e sabedoria – mostrando e folheando o monumental Banquete dos Eruditos de Ateneu, ainda as obras de Platão e Kierkegaard intituladas Banquete de modo a exemplificar quão grandiosa é a palavra e como esses ágapes foram e são representações do poder a todos os níveis sejam as faustosas refeições de Assurbanipal, sejam as dos Imperadores chineses da dinastia Ming, bem como as de Carlos Magno que estudei a preceito e finalizava lembrando a monumental feijoada servida no cavalete largo da ponte Vasco da Gama, a pretexto da sua inauguração e ao modo de bodo aos pobres do período medieval. Só os bodos e as confrarias que os sustentavam e promoviam enchiam tardes e tardes de amenas conversas numa aprendizagem mútua, não podendo ser peripatética, seria dentro do espírito do movimento imóvel.

E, os produtos? Antes obrigava­me a salientar as matérias­primas. Por exemplo as azeitonas colhidas nos ridentes olivais da vila onde nasceu o grande republicano, um dos mentores do 31 de Janeiro de 1891, Alves da Veiga. Nos finais do século XIX, o azeite em Trás­os­Montes era condimento de luxo, o seu uso à larga confinava­se a casas opulentas e a donos de lagares. A oliveira chegou tarde a Trás­os­Montes. Interpretar a sua evolução no conceito de olival é outro tema a exigir um ano lectivo, de muitas falas, sublinhando o papel da linguagem nas nossas aculturações, numa Escola destinada a adultos privados da liberdade de movimentos suscitar­lhe o interesse sobre a causa das coisas confere­lhe a possibilidade de saborearem nacos de conhecimento tão úteis na sua reinserção social. Ora, a oliveira, as azeitonas, o azeite dos Santos óleos ao óleo alimentar, passando pelos orgulhos cosméticos, as antigas fábricas de sabão, até à farmacopeia os olivais de Izeda podem e devem ser primacial temática de uma Escola Inclusiva e de reabilitação social.

E os lagares? Aí temos vivaz o exercício de percebermos a importância dos lagares no universo do azeite. Reparem nos topónimos disseminados por este Portugal fora. Sem os referir, prefiro lembrar Catão autor de um minucioso tratado acerca das condições necessárias para a construção de lares, a par vem o nome de Varrão e logo na esteira outro notável impulsionador da oliveira na Península Ibérica, o gaditano Lúcio Júnio Moderato, alcunhado o Columela, os três amiúde citados e pouco lidos. E, no entanto, as suas obras primam pela limpidez na escrita e na clareza na exposição das ideias. Estranho é, por isso, que muitos investigadores, que se ocupam da história da alimentação, deixem perceber, aos leitores atentos, ignorância igual à do vulgo quantos aos problemas fundamentais da origem, estrutura, e finalidade das matérias­primas que  são base da nossa alimentação. Por isso destacam o termo gastronomia (que fala grego) em detrimento das abrangentes – artes culinárias – de raiz bem mais popular, ao contrário do vocábulo difundido nos salões parisienses pelo aristocrata de toga Brillat­Savarin, autor da Fisiologia do Gosto.

Num último suspiro dessa conversa não a podia finalizar sem aludir à formação do gosto, nunca esquecendo o anexim – em matéria de gostos nada está escrito –, embora milhares de livros analisem o gosto, porque gostos não se discutem!

A Senhora Professora Helena Diegues sabe que o ensino da linguagem é o primeiro, primeiro no tempo e primeiro valor no processo de educação. Se tivesse ido a Izeda teria aproveitado o ensejo de acentuar tal valor que devemos aprimorar através de contínuo estudo onde entra, decisivamente, a transposição humana do estádio do cru, podre e fermentado para o estádio do cozido. Obrigado pelo convite, pelo menos ganhei esta crónica. Fica para a próxima. Se existir!

Vendavais - Curioso é apoiar a mediocridade

No portão de entrada de uma Universidade na África do Sul foi afixada a seguinte mensagem para reflexão: “Para destruir qualquer nação não é necessário usar bombas atómicas ou mísseis de longo alcance. Basta apenas reduzir a qualidade da educação e permitir que os estudantes ‘cabulem’ nos exames.”

Nada mais verdadeiro. Bombas para quê? Somente para destruir, matar, arrasar. Mas a verdade é que as bombas matam quem não é culpado e destroem o que todos construíram para bem da comunidade. Arrasam sem nexo porque são obviamente incontroláveis os seus efeitos. E a isto assistimos todos os dias em vários países do globo e quase já achamos natural que assim aconteça tantos são os factos referidos diariamente pelos órgãos de comunicação social. E continuamos a perguntar, porquê e em nome de quê ou de quem se cometem tais atentados. As respostas já todos as sabemos e culpamos sempre os mesmos. Ao fim de tantos anos que progressos se obtiveram? Quer uns, quer outros. Nenhuns. Num mundo que aos poucos se despovoa em algumas regiões do planeta, estes factos acontecem frequentemente, mas os estudos mais recentes chegam igualmente à conclusão de que eles têm lugar em meios onde a educação e o desenvolvimento são efetivamente menores.

A falta de cultura, de educação, de progresso, pode levar a situações deste nível, onde a destruição e a morte surgem como uma vingança e, em muitos casos, em nome de um deus que de todo em todo, não parece um deus menor. Isto leva­nos a concluir que a base essencial de um povo, seja ele qual for, é a educação. Um povo educado é evoluído, é culto e tem obrigação de saber conduzir os seus destinos com discernimento. À razão, o que é da razão. Daqui a analisarmos o que se tem passado em Portugal no que se refere à educação e ao momento presente. Presenciamos esta luta inglória entre os professores e o ministro da educação por uma questão que já deveria estar resolvida há algum tempo. Após discussão dos pormenores gerais, parece que os mais pequenos não se ajustam e daí este braço de ferro em que pagam os alunos, os pais, os professores e o país. Ora as culpas são apontadas em todas as direcções como sempre. Ou são dos professores porque querem o seu tempo contabiliza do integralmente, ou são dos pais que não querem ir para férias sem a avaliação dos seus filhos, ou são do ministro que não cede às exigências dos sindicatos. Não vislumbro uma ponta de sensatez. A greve que está no ar, não vai servir a ninguém, muito embora os professores pensem ganhar alguma coisa com ela. Também os sindicatos pensam que vão tirar dividendos dela, mas não acredito. E o governo, não cedendo, também não fica bem na fotografia. Esta pseudo greve faseada, em que se põe o sistema a funcionar aos bocadinhos e aos empurrões, não acrescenta nada aos objetivos pretendidos. No final, nem o governo cede, nem os sindicatos ganham, nem os professores obtêm o tempo perdido. E porquê? Porque não há dinheiro. Diz o governo. E chega!

O colapso da educação, é o colapso da Nação. Todo o sistema necessita urgentemente de ser revisto e ajustado à nossa sociedade, integrada num amplexo maior e ao qual nos queremos ajustar. Caso assim não seja, arriscamo­nos a ter pacientes que morrem nas mãos de alguns médicos, edifícios que desabam às mãos de alguns engenheiros, a justiça que se perde nas mãos de alguns juízes e dinheiro que se perde nas mãos de alguns economistas.

Não queremos que a mediocridade invada a nossa sociedade. Queremos ter os melhores técnicos, mas para isso temos de ter a melhor educação. Não continuem a brincar com os professores. São eles que formam os melhores. Sem eles, a educação  simplesmente desaparece.

NÓS, TRASMONTANOS, SEFARDITAS E MARRANOS - Somos Douro – O Património Judaico

Aconteceu há dias, em Torre de Moncorvo, na igreja da Misericórdia, (1) uma conferência sobre o tema, organizada pela CIM-Douro e proferida por Richard Zimler, autor de “O Último Cabalista de Lisboa”.  Congratulamo-nos com a iniciativa e achamos imperioso que se estude esse património. Na verdade o património judaico da região é muito importante e quase inteiramente desconhecido.

E sendo desconhecido e pouco estudado, nasceram algumas ideias e teorias erradas e contraditórias. Uns dizem, por exemplo, que foi o dinheiro dos judeus e cristãos-novos que pagou a construção das igrejas e dos palácios da região e que eles eram médicos, advogados, banqueiros, rendeiros e grandes mercadores, movimentando quase toda a economia.

Outros, ao contrário, baseados em estudos fragmentados, fazem afirmações estonteantes dizendo que 99% deles eram pobres e, dando como exemplo a comunidade de Belmonte, dizem que nela não encontraram um médico, nem um advogado, nem uma mulher que soubesse ler e escrever.

Por nós, baseados em cerca de 1 500 processos da inquisição, a grande maioria referentes a gente da nação trasmontana e duriense, diremos que, nem 8 nem 80 e que, embora a gente da nação seja, por natureza, universalista e errante, cada comunidade é um caso e em cada lugar eles se adaptavam às circunstâncias, derivadas da geografia e do clima, mas também da organização da sociedade, constituída por cristãos-velhos e cristãos-novos, gente da nobreza, do clero e do povo.

Assim, em terras onde abundavam serviços e funcionários públicos, como era o caso de Torre de Moncorvo, Bragança ou Vila Real, sobressaem médicos, advogados, cobradores de rendas e prestadores de serviços à casa real. E também à cúria episcopal de Miranda do Douro e às casas da nobreza: os Távoras em Mirandela e Mogadouro, os senhores de Sampaio em Vila Flor. Tinham verdadeiras cortes e os mais celebrados de seus cortesãos foram o Dr. Francisco da Fonseca Henriques, o célebre Dr. Mirandela e Maese António de Valença (2)  , o afamado físico de Mogadouro, ambos da etnia hebreia.

O que não encontrámos foi um único cristão-novo que fosse criado de servir. Encontrámos apenas uma viúva de Bragança, chamada Mariana de Santiago, pertencente a uma família da aristocracia que, vivendo em Lisboa caiu na pobreza e foi recolhida como serviçal, em casa de uns parentes. (3) De contrário, encontramos numerosos hebreus que tinham criados e criadas de servir em suas casas e jornaleiros cristãos-velhos a trabalhar em suas propriedades agrícolas ou industriais.

Por falar em propriedades, existe a ideia errada que eles desprezavam a agricultura. A verdade é que não seria bem assim. Olhemos para a veiga de Mirandela onde a cultura predominante era a do linho. Pois, o maior produtor era o cristão-novo Manuel Pereira da Fonseca, que, em 1693, colhia 360 pedras de linho, suplantando até a colheita dos Távoras. O mesmo concelho seria então o maior produtor de azeite. Pois, o primeiro lagar de azeite de que temos notícia naquela cidade, situava-se na Rua de Santo António e pertencia ao cristão-novo Manuel Mendes, o Bicho de alcunha. (4) Na região de Bragança abundavam lameiros e ganhava importância a pecuária. Também nisso investiam os da nação. Manuel Almeida Castro, (5)  por exemplo, possuía em Izeda um efetivo pecuário de cerca de 100 vacas e bois. Se formos ao planalto mirandês, onde a cultura cerealífera domina, vemos que as maiores tulhas e celeiros pertenciam igualmente a homens da nação. Sambade situava-se em meio da rota da lã e, naturalmente, a comunidade hebreia era constituída sobretudo por cardadores. Os de Chacim eram surradores e sericultores, morando aqueles nas bandas da ribeira que atravessa a vila e estes na zona alta e nobre da Praça. Falando em seda, não podemos esquecer Bragança onde a Rua Direita era uma verdadeira zona industrial com a generalidade das casas habitadas por cristãos-novos, dotadas de tornos e teares, ao nível do r/chão.

Cada comunidade é um caso e, como tal, deve ser estudada. Carção, por exemplo, foi uma comunidade de curtidores de peles, com os filhos a seguir o exemplo dos pais, no que respeita a carreiras profissionais, e também face à sociedade e à inquisição. Ao longo de gerações, ali viveram, resistindo em clandestina religiosidade, eles, os filhos e os netos. Por isso, Carção merece o título de capital do marranismo. Raros foram os que se decidiram pela fuga. Mesmo quando iam a Livorno buscar alguma bíblia e aprofundar os conhecimentos da lei mosaica, (6) eles voltavam a Carção, à casa e à atividade de seus pais e avós, enquanto na generalidade das terras, os surradores e curtidores queriam que seus filhos fossem mercadores ou torcedores de seda e estes educavam os filhos para serem médicos, advogados ou padres, em ascensão social gradativa.

Freixo de Espada à Cinta, ao contrário, era uma comunidade absolutamente instável. Poucos encontramos nascendo e morrendo na terra. Logo nos primórdios, vemos a inquisição prender Jerónimo Reinoso (7) e 3 filhos que viviam no Torrão (Alentejo) e João Garcia (8) morador em Vinhais. Branca Lourenço nasceu em Freixo e cedo se foi para Ferrara (Itália) onde viveu como judia com o nome de Isaca Rodriga. Viajou depois para Sevilha e ali se fez estalajadeira. São vários os prisioneiros da inquisição do México que falam desta estalagem onde se hospedavam muitos dos que a Sevilha iam embarcar para as Índias de Castela. Ali, um dos primeiros a chegar às minas de Tlalpujahua, por 1550, terá sido Tomás da Fonseca, nascido em Freixo, por 1620. No México o foi encontrar Pelayo Álvares, irmão da estalajadeira de Sevilha. (9) Por terras de mouros, entrando em mesquitas e sinagogas do norte de África, andava então o mercador freixenista cristão-novo António Fernandes. (10) Ele nos diz que das Canárias vinham pessoas em peregrinação a Freixo, à ermida da Senhora do Vilar.

Olhemos agora o Alto Douro onde, nos séculos de 500 e 600, a cultura do sumagre era verdadeiramente interessante. Sim, os sumagrais eram então mais rentáveis do que as vinhas, os olivais e os amendoais. A exportação de sumagre para os países nórdicos comparava-se à do vinho e, segundo  o historiador galego Lois Ladra, “nos primeiros três quarteis do século XVII, a importância económica das exportações do sumagre feitas através da barra do Douro, pesava muito mais que a do vinho”. Resta acrescentar que, a produção, comércio e utilização do pó de sumagre no curtimento das peles e preparação das solas corria sobretudo pelas mãos da gente dos hebreus. Um dos maiores produtores e exportadores de sumagre, nos anos de 700, chamava-se António Dias Fernandes, (11) natural e morador em Freixo de Numão, proprietário de 4 sumagrais, a quem a inquisição sequestrou entre 800 e 1000 arrobas de pó de sumagre, cujo preço variava entre 240 e 300 réis cada arroba.

Ainda a região vinícola do Douro não era demarcada, mas o vinho da região já seguia para as tabernas de Lisboa e do Porto. Morador em Maçal do Chão e assistente em Lisboa, Rodrigo del Cano (12) explorava na capital do Reino uma dezena de tabernas, para onde seguia quantidade de vinhos comprados em terras do Alto Douro. Bartolomeu Garcia, (13) com casa de morada em Vilarelhos, aldeia da Vilariça e casa comercial em Provesende, Sabrosa, era apenas um dos muitos mercadores cristãos-novos que, em barcos rabelos, faziam chegar ao Porto os vinhos do Alto Douro. Quando foi preso pela inquisição tinha uns 1800 almudes de vinho armazenados em Provesende, e no mês que antecedeu a prisão mandou para o Porto 30 pipas de vinho, no valor de 140 mil réis. Lamego era então a capital vinícola do Douro, a ponto de o vinho que hoje dizem do Porto, na altura era apresentado como “vinho de Lamego”. Heitor Mendes (14) era um cristão-novo natural de Gojim, casado com Branca Henriques, de Torre de Moncorvo mercador de vinhos, com armazéns estabelecidos em Gogim, Folgosa e Vila Seca, com um mínimo de 8 tonéis em cada um. A maioria destes vinhos era exportada para os países nórdicos, recebendo em troca barras de ferro e produtos manufaturados como fossem lanças e espingardas.

Em paralelo corria o comércio de vinagres e aguardentes. E aqui permitimo-nos falar de uma unidade industrial dotada com 2 alambiques grandes, valendo mais de um conto e duzentos mil réis, sita no Vale da Cabra, termo de Alijó. O citado António Dias Fernandes tinha a terça parte desta destilaria e dali exportava lotes de 40 pipas de aguardente para a Inglaterra, Lisboa ou Brasil.

Desçamos ao Baixo Douro, a Mesão Frio, aos anos de 1543, quando na cidade do Porto havia um tribunal da inquisição, presidido pelo bispo D. Baltasar Limpo que em Mesão Frio fez um dos primeiros e mais cruéis arrasos. Ali nasceu Branca Cardosa (15) que depois foi para o Porto, casar com Afonso Baeça, torcedor de seda. Era já viúva, quando foi presa pela inquisição, em 1569. Morava na Rua de Belmonte e, embora viúva, apresentava-se como uma dinâmica empresária que “tinha torno de seda e nisso se ocupava e ganhava a vida e dava que fazer a 50 casas do Porto”.

Desta família Cardoso-Baeça descende Miguel Cardoso (16) que foi, no Rio de Janeiro, o Administrador da Companhia Geral do Comércio do Brasil. E este Miguel Cardoso foi o bisavô materno de António José da Silva, o Judeu.

Terminamos com Jorge Luís Borges orgulhosos se em nossas veias correr uma gota de sangue judeu e muito honrados pela herança que recebemos dos nossos antepassados Sefarditas.

Notas:

1-Foi ali dito que esta igreja se construiu com o dinheiro dos judeus. Ignoramos onde foi colhida uma tal informação. Por nós, sabemos que “o recebedor do dinheiro da Misericórdia que se dava de esmola quando se fez a casa” foi efetivamente o hebreu Vasco Pires (pº 5118-L) e que um dos primeiros provedores terá sido o advogado hebreu André Nunes (pº 12301-L).

2-inq. Lisboa, pº 8232.

3-Inq. Coimbra, pº 8301.

4-IDEM, pº 7 106.

5-IDEM, pº 5496.

6-Foi o caso de Domingos Oliveira (pº 2865-C) e Roque Rodrigues (pº 7626-C).

7-Inq. Évora, pº 9527.

8-Inq. Lisboa, pº 883.

9-UCHMANY, Eva Alexandra – La vida entre el judaísmo y el cristianismo en la Nueva España 1580 – 1606, ed. Archivo General de la Nación, México, 1992.

10-Inq. Lisboa, pº 7815.

11-IDEM, pº 1437.

12-IDEM, pº 8410.

13-Inq. Coimbra pº 9619.

14-IDEM, pº 6907; pº 1901, de Branca Henriques: sabia bem ler e escrever.

15-IDEM, pº 241.

16-Inq. Lisboa, pº 17999.

Diga não ao isolamento: conviva, pela sua saúde!

A qualidade de vida é influenciada por várias dimensões, nomeadamente a psicológica, relacionada com o sentimento de bem-estar e satisfação com a vida; a social, ligada à participação em atividades de caráter social e ao suporte social; a física, relacionada com a autonomia, a funcionalidade e o estado de saúde; e a ambiental, ligada ao acesso a serviços e ao sentimento de segurança.

Não há festa como a nossa!

Ter, 19/06/2018 - 10:49


Olá familiazinha!

É bom ouvir a expressão “Nunca falhei a nenhum, Tio João! Deus tem-me ajudado e tenho vindo a todos!”. Claro que a lista daqueles que foram a todos os Piquenicões é reduzida, visto que o primeiro se realizou no dia 16 de Setembro de 1990 e desde então para cá, muitos foram os que nos deixaram.

O Verão já chegou, embora só entre oficialmente no próximo dia 21. O nosso pessoal da agricultura diz-nos

que anda como os barbeiros a cortar as ervas à terra. Também os nossos tios pastores nos contam que o feno está todo ‘encostado’, porque já estava pronto e com as últimas chuvadas tombou.

Quem está a viver dias difíceis é a nossa ministra da saúde, a tia Maria da Perna Gorda, de Castelãos (Macedo de Cavaleiros), a grande mulher que visita todos os doentes da família no Hospital de Macedo de Cavaleiros e que confidenciou à nossa família que o seu esposo, o tio Francisco, tem um problema na garganta e depois de ter sido operado fala por um aparelho. Muitos foram os incentivos de ânimo dos ouvintes do programa

para com a nossa tia Maria, que precisa da nossa amizade.

Na última semana festejaram a vida com a família a Filomena dos Anjos (70), de Vila Nova (Bragança); Cristina (37), de Izeda (Bragança); Antónia (79), de Duas Igrejas (Miranda do Douro); Susana (56), de Coelhoso (Bragança); Pedro Marques (16), da Paradinha Nova (Bragança); Diogo Miguel (16), dos Possacos (Valpaços); Irene Castro (26), de Sendim (Miranda do Douro); António João (56) e o seu irmão, Júlio Dinis (58) de Samil (Bragança); Tio Carmim (67), de Estorãos (Valpaços), que festejou o seu aniversário no Piquenicão e, por fim, a ministra da oração, a tia Áurea (76), da Especiosa (Miranda do Douro), com a particularidade de ter vivido o seu aniversário rezando-nos as orações da manhã e logo depois ouvindo as suas amigas mirandesas felicitá-la através da rádio. Nesse programa tivemos 20 participações femininas e só 6 masculinas.

Agora deixo-vos com um cheirinho daquilo que foi mais um Piquenicão da Família do Tio João, a festa por excelência do nosso povo.