class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-166955 node-type-noticia">

            

A riqueza perdida de Lamalonga

Ter, 18/09/2007 - 11:16


O silêncio parece querer calar os queixumes de uma freguesia que já albergou, numa só rua, mais de 50 pessoas. Agora, no centro da localidade, restam velhas casas habitadas por idosos e destroços de edifícios que lembram vidas em família e tempos de muito trabalho e abundância.

A cada passo, surge uma moradia em ruínas ou pedras misturadas com cimento caídas atrás de uma fachada outrora grandiosa. Em Lamalonga, a 30 quilómetros de Macedo de Cavaleiros, a sede de concelho, os minutos e a degradação de casas antigas parece não interferir com a rotina daqueles que moram nas ruelas silenciosas, em que todos os dias são iguais.
Apesar de ter perdido parte dos edifícios, a localidade continua a orgulhar-se do passado rico, no qual se inclui a presença de famílias abastadas.

População de Lamalonga orgulha-se do seu vasto património histórico

Ponto de passagem da antiga via romana que ligava Chaves a Astorga (Espanha), da qual restam, apenas, vestígios de dois marcos miliários descobertos no adro da pequena capela de S. João, Lamalonga consta das inquirições de D. Afonso III, o que sugere uma origem remota.
Entre o património mais conhecido destaca-se a igreja matriz, que se encontra em vias de ser classificada como Imóvel de Interesse Público. Datado do século XVIII, o templo, de arquitectura barroca, recebe inúmeros visitantes e curiosos ao longo do ano.
Já o Cabeço dos Mouros, antigo povoado fortificado da Idade do Ferro, ainda conserva vestígios estruturados e respectivos derrubes de duas linhas amuralhadas.
A freguesia integra, ainda, alguns marcos miliários, como o da capela de São João, do Carvalhal e de Argana.
A par das diversas fontes de mergulho espalhadas por toda a localidade, Lamalonga acolhe a Abadia, antiga residência do padre local, que, actualmente, se encontra em avançado estado de degradação, rodeada por claros sinais de poluição e desleixo.

Freguesia reclama construção de polidesportivo e queixa-se da qualidade da água

Com cerca de 570 habitantes, a freguesia de Lamalonga integra as povoações de Argana, Fornos de Ledra e Vila Nova da Rainha, que são conhecidas, também, pelo vasto património histórico.
Actualmente, a população reclama a construção de um polidesportivo, onde a “juventude se possa distrair”, disse o presidente da Junta de Freguesia de Lamalonga (JFL), Manuel Morais.
A qualidade da água é outra das preocupações do executivo, uma vez que, em tempos de seca, o precioso líquido deixa de ser potável. “Falou-se em criar uma ligação da aldeia à barragem de Rebordelo, mas até agora não sabemos nada”, acrescentou o autarca.
Dada a proximidade a Torre Dona Chama, têm sido muitas as pessoas que procuram Lamalonga para construir habitações. “Nos últimos anos temos verificado um aumento na vinda de pessoas para a aldeia”, referiu Manuel Morais.
O autarca revelou, ainda, que a aldeia vai acolher uma pequena fábrica de enchidos já no próximo Inverno. “Será uma mais valia para a freguesia, pois pode trazer mais movimento e criar postos de trabalho”, salientou.