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Alvites: a imponência perdida

Ter, 13/11/2007 - 10:41


Uma viagem atribulada, dificultada pela degradação da estrada de acesso, coroada com uma paisagem soberba sobre montes preenchidos por olivais e pequenos povoados dispersos. A visão, dominada pelo azul do céu, verde e castanho dos campos, surge recortada por edifícios que se destacam à primeira vista, tal é a imponência e beleza das construções. À medida que o destino se aproxima, os solares dos Bacelares e dos Barbosas, ambos brasonados, dominam toda a localidade, criando uma imagem de grandiosidade e riqueza.

Alvites, a 15 quilómetros da sede de concelho, Mirandela, e a sete da margem esquerda do rio Tuela, deverá ter tido origem num “villar”velho, ou num novo fundado sobre um antigo, entre o século X e XIII, por alguém com o nome de Alvito ou, mesmo, Alvites, que eram bastante utilizados na época.
Acredita-se, assim, que a antiguidade da freguesia seja anterior à da Nacionalidade, estando a sua história intimamente ligada à nobreza e fidalguia dos séculos passados, como o comprovam as faustosas construções.

Turismo rural poderá dinamizar localidade, que sofre com o mau estado da estrada principal de acesso

Apesar do rico passado, espelhado nas construções pomposas, Alvites parece não respirar mais a magnificência de outros tempos. Actualmente, a localidade, com cerca de 120 pessoas, é marcada pela desertificação e envelhecimento da população, bem como pela degradação dos acessos rodoviários. “A estrada que nos liga ao IP4 está em péssimo estado e as ruas de alguns bairros da aldeia são, ainda, em terra batida”, lamenta José Vaz, um dos habitantes da localidade.
O abandono e falta de investimento no património histórico preocupam, igualmente, a população, que aponta o dedo ao desleixo que atinge a igreja matriz e um dos solares, propriedade privada. “O templo está a cair, bem como um dos edifícios mais importantes da aldeia, enquanto que o outro já está a ser restaurado”, lamenta Maria Pilão, outra residente.
Estas situações, segundo o presidente da Junta de Freguesia de Alvites (JFA), Armindo Esteves, poderão ser resolvidas brevemente, com as obras de requalificação previstas para a estrada municipal de ligação a Romeu, o calcetamento de algumas ruas da aldeia ou a recuperação de um dos solares para fins turísticos. “Estes trabalhos poderão dinamizar um pouco mais Alvites, pois o turismo rural trará pessoas à localidade”, adiantou o autarca.
A par dos belos solares, os visitantes podem, ainda, conhecer uma fonte, datada de 1931, um cruzeiro, bem como diversas capelas distribuídas pelas povoações que constituem a freguesia: Alvites, Açoreira, Lamas de Cavalo e Vale de Lagoa, que perfazem um total de 370 habitantes.