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Vendavais - Ainda hei de roubar um gato

Dizia-me um amigo há uns dias atrás que ainda havia de roubar um gato. Fiquei perplexo e a minha insistência em receber uma explicação saiu frustrada. Ainda vais perceber, disse-me. Parece-me hoje que talvez tenha atingido o que ele queria dizer.
Quando o ano letivo está a chegar ao fim, o governo resolve levantar um problema terrível e de difícil solução. A educação é um direito de todos e todos devem ter acesso a ela sem que para isso tenham de despender grandes somas de dinheiro. O ensino público é gratuito. Inicialmente gratuito só na escola primária, claro. Depois alargou-se. Foi uma conquista recente de que ninguém quer abdicar.
O meu amigo é professor e a sua ânsia de querer roubar um gato, metaforicamente falando, claro, prende-se com o facto de se dizer que quem não tem cão, caça com um gato. Mas só se for ratos, pois com gatos não se pode aceder a caça maior. Como o entendo agora!
Na realidade, levantar o problema dos colégios privados e do subsídio estatal às turmas numa altura em que o ano letivo está prestes a chegar ao fim e os exames estão à porta, não demonstra grande inteligência política e só escassamente compreendo tal atitude do governo, porque possivelmente por detrás está a pressão bloquista e comunista a esse respeito. Para esses não timings certos ou errados. È quando lhes apetece interferir e ter antena.
A posição de cada um fica com a justificação que lhe dão. Eu pessoalmente, não sou contra o ensino privado, até porque estudei sempre em colégios particulares, pois nessa altura só havia Liceus e nas capitais de distrito. Não havia alternativa. Tinha que se pagar se se queria estudar. Neste momento, a proliferação de colégios particulares não está percentualmente de acordo com o número de alunos, principalmente no interior do país, onde as distâncias são maiores e mais difíceis de percorrer. Contudo, penso que quem quer andar a estudar em colégios particulares quando tem à porta ensino público, deve pagar esse luxo. Penso que não tem de ser o Estado a pagar a educação de quem quer frequentar colégios privados, podendo estudar na escola pública se esta estiver por perto, como é o caso de muitas em Lisboa, Porto, Coimbra ou em outras cidades maiores.
Apoio o ensino privado e a liberdade de escolha, mas quem quer ter um colégio e dedicar-se ao ensino, é como ter uma empresa e portanto, terá de a saber gerir de modo a ter lucro e a governar-se com ela. Não pode estar à espera de ser o Estado a pagar-lhe as dívidas e a conseguir-lhe as turmas. Se não pode aguentar o colégio, muda de ramo. Penso que todos entendem isto. Pois se eu não posso caçar com cão, tenho de tentar caçar com gato. Será que há gatos que cheguem?
Alguma coisa terá de mudar a este respeito. A altura não foi a melhor para mexer neste assunto. Os alunos e professores ficaram abalados e durante algum tempo não vão conseguir acalmar a ansiedade que lhe tolheu os passos na reta final. Com o terceiro período a terminar e os exames à porta, exigia-se mais comedimento por parte do governo e apoiantes que se esqueceram dos alunos, pais e professores, para pôr em prática uma medida puramente economicista, tendente a colmatar as falhas de uma política que alargará o défice perante Bruxelas e corre o risco de sanções mais graves. A Escola Pública foi o argumento que serviu para esgrimir contra um privado que faz o seu serviço dentro dos parâmetros exigidos e de acordo com os contratos assinados. Mudar tudo quando falta um mês para o final do ano letivo é um atentado sem exemplo e com consequências enormes. Prova disso, foi a manifestação de mais de vinte ou trinta mil pessoas em frente à Assembleia da República no domingo passado. É muita gente para desprezar o ensino privado!
É forçoso que se chegue a um entendimento rápido e duradouro que contente as partes, pois não chega exigir que os nossos alunos atinjam metas, que tenham hábitos de estudo, que o ranking das escolas suba e que se demonstre ao resto da Europa que os níveis de sucesso estão a subir. Isto é simplesmente falacioso. Temos alunos dos melhores do mundo e a prova-lo estão alguns que enfrentam concursos internacionais e ficam nos primeiros lugares. Muitos são do ensino particular. Será que andaram à caça com gato?

SOS Animal

Na altura de decidir sobre a universidade a que concorreria, optei pelo curso de Medicina Veterinária, essencialmente pelo gosto de trabalhar em segurança alimentar, na empresa de alheiras do meu Pai. Na minha família sempre tivemos animais de estimação, cães e gatos. Na cocheira, havia um pátio onde estavam dois pastores alemães, o King e a Queen. Ao lado, na cortinha do Sr. Arnaldo, um amigo da família, pai do Isidro e da Iolanda, pernoitavam duas vacas leiteiras, onde diariamente íamos buscar o leite para casa. Na cortinha, tratada de forma exemplar, o Arquiteto Mendo tinha uma horta onde plantava com toda a perícia e dedicação, morangos e alguns hortícolas. Andávamos por ali de bicicleta e no fundo a ribeira, muitas vezes sem água no verão, permitiu-nos uma infância entre o café Mira e a cortinha do Sr. Arnaldo. Mesmo no centro de Mirandela, a natureza foi o pano de fundo das nossas vivências.
Os animais, convenientemente tratados, tinham o seu espaço próprio e conviviam saudavelmente com todos. Lembro-me que era essa a normalidade do “campo” e vivíamos felizes essas rotinas.
Hoje em dia, assisto a debates constantes sobre animais de estimação e de alguma forma vocacionados para a humanização de cães e gatos. Concordo com um projeto lei do PS, aprovado recentemente na Assembleia da República, que altera o código civil e estabelece um estatuto jurídico próprio dos animais, reconhecendo a sua natureza de seres vivos dotados de sensibilidade. Parece-me óbvia a diferença de tratamento aos animais no campo e na cidade. No meio rural, a grande maioria não passa da “condição de animais de companhia”, permanecendo ao ar livre, alguns mantendo o trabalho com os rebanhos, onde o pastor os sabe tratar, mas também como animais de companhia, contrariando a solidão dos mais velhos e mantendo a condição livre. Nos grandes centros, assistimos a uma suposta “humanização” dos animais de companhia que, pela necessidade de conforto, acompanhamento, e pelo constrangimento de espaços de apartamentos exíguos, os animais permanecem em espaços reduzidos, apenas com regulares passeios à rua. Uma vida animal distinta do meio rural, onde me parece que os cães e gatos mantêm uma vida livre como animais que são.
Por outro lado, assistimos a um fenómeno lamentável de abandono de cães, quando a situação financeira não se compadece com gastos na alimentação e em assistência veterinária dos cães. Também nestes casos, o País não tem soluções milagrosas estando, no entanto, em curso em muitos canis municipais campanhas de adoção de animais. Como em tudo na vida, devem existir políticas locais, regionais e nacionais apropriadas à nossa realidade, que estimulem o bem-estar dos animais, mas que não pretendam criar uma metamorfose em seres humanizados. A continuar assim, haverá que criar uma linha de apoio SOS animal. Sim, essa sim, caricata. Na cocheira, na cortinha do Sr. Arnaldo, os animais eram tratados como animais. E eram “felizes”, assim.

Os generais milhões.

A história de Aníbal Milhais, o aldeão de Murça que mercê de feitos heróicos na I Grande Guerra ficou conhecido pelo “soldado milhões” é por demais conhecida, embora não tenha amealhado um tostão que seja. Apenas glória e miséria.
É a história de milhares de portugueses a quem a Pátria, quando menos se espera, tira a charrua das mãos, lhes entrega uma arma e os manda combater para longe da terra e da família. A troco de nada, já se vê.
Como aconteceu com outros tantos milhares que foram levados a combater em África e que por lá deixaram pernas, braços e olhos quando não os ossos todos. Ou que foram trazidos de volta, humilhados e desprezados.
Presentemente, não estamos em guerra, felizmente. Mas também não vivemos em paz porque Portugal continua a lutar pela sua sobrevivência, com os humildes contribuintes empurrados para as trincheiras. Não os que amealham milhões mas os que contam os tostões.
Perdidas que estão, ou em vias disso, as batalhas do BPN, do BPP, do BES e do BANIF, já uma nova se inicia, talvez a mais mortífera de todas - a da Caixa Geral de Depósitos. É a nova guerra da Flandres em que Portugal está envolvido, às ordens de Bruxelas, onde a promiscuidade do poder bancário com o poder político só encontra paralelo na Alemanha de Hitler, o que indicia os piores males para a Europa.
Segundo órgãos de informação confiáveis vários milhares de milhões de euros terão sido requeridos pelo banqueiro que o Governo se prepara para colocar a comandar este novo combate. Um novo general milhões, portanto, que não se propõe ganhar a guerra sem soldados, perdão, sem milhões.
Note-se que, segundo o Governo, não se trata de subsidiar a Caixa Geral de Depósitos, mas de um investimento que o Estado faz. Até dá vontade de rir, ou de chorar que é o mais certo!
Porque, mais uma vez, vão ser os contribuintes a embolsar prejuízos, já que os Estado acabará por não reaver um chavo de tão volumoso investimento.
O mais estranho é que esta operação suicida merece o apoio da esquerda unida, a tal que jamais será vencida. Nem vencida nem vencedora. Acéfala é o que é, se bem que a direita não seja mais escorreita.
Portugal continua, assim, à mercê de gestores de fortunas sem pátria, de generais milhões que salvam bancos mas destroem nações.
E esta guerra de milhões, em que os soldados são os contribuintes, não tem soluções políticas à vista.
Porque os nossos políticos, na generalidade, não prestam. São lixo. Tóxico!
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico por vontade do seu autor.

 

Por Henrique Pedro

Mobilidade social

Na idade média a mobilidade social era quase nula. Nascia-se e morria-se nobre, ou plebeu e a conflitualidade social praticamente não existia porque a comunidade reconhecia, ordeiramente, que sempre foi assim e assim continuaria a ser por muitos e longos anos.
No seio da família os filhos faziam uma aprendizagem demorada e paciente dos saberes ancestrais dos seus pais e amigos. O jovem aprendiz só tinha que deixar passar o tempo para se tornar num profissional semelhante aos seus antepassados. A conflitualidade de gerações raramente existia.
Nos nossos dias a escola introduziu uma aprendizagem rápida, quer no domínio profissional, quer científico e facilmente os jovens aprendizes ultrapassam os saberes e competências os seus antepassados e daí o conflito de gerações se acentuar.
Mas este processo de escolarização foi lento e pouco democrático. Durante séculos só uma minoria de cidadãos das classes economicamente dominantes é que tinham acesso ao ensino secundário, ou universitário. Os seminários enchiam-se de potenciais candidatos ao sacerdócio. Muitos eram os chamados e poucos os escolhidos, nesta escola vocacionada para receber os mais desfavorecidos em termos económicos. Os seminários foram durante muitos anos uma escola, quase uma universidade para pobres, mas donde na verdade, saíram muitos cidadãos com uma formação superior e que ascenderam aos mais altos cargos na função pública, ou empresarial.
Com os alvores da revolução de abril a escola democratizou-se e abriu as suas portas a todos e assim todos puderam ter acesso à formação e à informação, sendo a mobilidade social muito rápida, para desgosto de algumas elites que não aceitaram de bom grado que os filhos dos caseiros estudassem ao lado dos filhos dos patrões.
Para além da escola o ingresso na atividade política e partidária também contribuiu, em muitos casos, para uma fácil mobilidade social. Com alguma frequência, muitos cidadãos menos dados às “letras”, ou às longas rotinas da escola, conseguiram uma rápida ascensão social pela via da dinâmica partidária. Isto originou que nem sempre os que tinham mais preparação, ou competências ascendessem a lugares no aparelho de Estado reservados, quase em exclusividade, a alguns agentes políticos.
Sem dúvida que a formação e a aprendizagem não se faz somente na escola, também se aprende ao longo da vida. Contudo, salvo raras e honrosas exceções, quem não tem não pode dar. Quem não sabe, pouco acrescenta à humanidade no âmbito do progresso e do desenvolvimento. “Diz a lenda que Nabucodonosor imaginou uma estátua feita de ouro, prata, bronze, ferro e barro. Mas bastou uma pedra para destruir o sonho do rei” dada a fragilidade do barro.
Na verdade, ídolos com pés de barro são muito efémeros e a sua consistência dilui-se à mais pequena pedra que surge no seu caminho.
O que é estranho é que muitos destes ídolos, enquanto navegam na área do poder, ou da influência, se esquecem, deslumbrados, daqueles que estão por baixo. O poder, os gabinetes, os assessores, as mordomias fascinam, tiram a lucidez e a capacidade de discernir que o verdadeiro poder assenta no Povo e que o político tem que orientar a sua ação, humildemente, para o Povo e com o Povo.
Quem assim não fizer, quando “do alto inacessível das suas alturas” forem caindo “na razão directa do quadrado dos tempos” a queda será dolorosa e incontrolada, porque os que estão em baixo não servirão de suporte em termos emocionais e afetivos.
“O bom senso é a coisa do mundo, mais bem distribuída” diz Descastes, mas muitos esquecem-se disso e no presente não preparam o futuro e vivem como se fossem eternos, não se lembrando quão efémeras e precárias são as glórias mundanas.
Nascemos atrás das estevas e se tivermos sorte, essas mesmas estevas nos servirão de tumba.

 

Violência: pão nosso de cada dia?

Convidado pela vereadora da Cultura de Mirandela, Deolinda Ricardo, a organizar e moderar o 2.º TUAESCRITA, em 4 de Junho de 2016, às 17 horas, convidei Jorge Golias, José Manuel Pavão, José Mário Leite, Telmo Verdelho e Teresa Martins Marques para debater o assunto em epígrafe: «Violência: pão nosso de cada dia?». Desenvolvo, aqui, o guião proposto.
Somos confrontados diariamente com notícias de violência sob as mais diversas formas. Crimes antigos no chão transmontano – fosse a posse da terra, defesa da honra, alguma obscura vingança… – são, agora, não só acompanhados de outros, incluindo atitudes e comportamentos sentidos como tais, mas amplificados pelos meios de comunicação, que assim nivelam o país e o mundo.
Terra profundamente marcada pela religião, que importância assumiu esta no controlo das emoções negativas, se não foi, como pretende René Girard (La Violence et le Sacré, 1972), fonte desse desequilíbrio hoje patente no Islão extremista? O que significa matar em nome de Deus ou de uma causa, chame-se esta Pátria, Nação ou Império?
Há vocábulos perigosos, como pode confirmar Telmo Verdelho; e causas difíceis de entender, se se invoca em vão o nome de Deus ou esboçamos genocídios, sobre que discorrem José Mário Leite (A Morte de Germano Trancoso, 2016) e Jorge Sales Golias (A Descolonização da Guiné-Bissau e o Movimento dos Capitães, 2016). É matéria historicamente abordada por John Docker, emThe Origins of Violence. Religion, History and Genocide (2008). O termo genocídio foi inventado por Raphael Lemkin, em 1944.
A violência de género, que aquele romance também inscreve, fora antecipada em ficção de Teresa Martins Marques (A Mulher Que Venceu D. Juan, 2014), cujo último ensaio (Clave de Sol – Chave de Sombra. Memória e Inquietude em David Mourão-Ferreira, 2016) revela inéditos de autor que nos deixou há 20 anos – em particular, peças de teatro sobre a crueza das relações sociais.
Cimos de crueldade ocidental / inter-estatal e familiar estão, porém, no sexto romance de Ernesto Rodrigues, Uma Bondade Perfeita (2016), título-resposta a mecanismos psico-neurológicos sobre que falará a experiência do médico José Manuel Pavão.
Na qualidade de director do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa – que se associa à iniciativa da Câmara Municipal de Mirandela –, o debate deseja-se participativo, visando a melhoria do quotidiano, na relação com outrem.

Tradição e multiculturalismo

Discuti, em Estudos da Cultura (ebook, 2016), os perigos do exclusivismo hereditário, que, na passagem da família à comunidade, desemboca em tradição. Esta, que é um processo de transmissão cultural (não mera entidade), implica uma regular aquisição em forma de vida social. Nos desvios desta forma, começa a violência.
Podíamos recuar 36 000 anos, ao Neandertal. Mais perto de nós, a violência é produto de várias cegueiras: nacionalismos torpes, racismo, xenofobia, outras pertenças e «identidades abusivas» que atentam contra direitos. O pensamento liberal (Friedrich Hayek, Raymond Aron, K. Popper, Mario Vargas Llosa) vê um perigo maior civilizacional nos nacionalismos. Em The Road to Serfdom (1944), o primeiro acrescentava o socialismo real ou marxista. O nacionalismo caricatural estava em Hitler, Mussolini, Franco; hoje, disfarça-se em regionalismos autonómicos (em Espanha, sobretudo) ou recusa etiquetar-se ideologicamente, sem prescindir de fórmulas terroristas. Llosa, todavia, distingue essas práticas da «de los nacionalistas que actúan en la legalidade y rechazan los métodos violentos» (El País, 13-XII-1998).
Ao desconsiderar a violência – afinal, os pacíficos também são maus! –, que tange à desordem natural das coisas, urge perceber que aquela se estende ao crime inumano de certas famílias, castas, tribos, clãs, estados legisladores de conveniências, enclausurados numa ideia feita de intocável tradição, comum a extremismos, nacionalistas ou não. Ora, a tradição só se faz contemporânea (em suas raízes antigas) se for «memória não hereditária da colectividade» (Lótman, Uspenskii), definição de cultura assente na longevidade dos discursos, valores e códigos da memória, que se renovam no diálogo com outrem, o estrangeiro, que todos somos. Isso dá-nos «plasticidade de espírito», faz-nos «adaptáveis ao costume alheio, facilmente comunicativos com os outros povos» (António Sérgio), mesmo em nossa casa. Facilita o pluriculturalismo «como un derecho dentro de la comunidad nacional», que, ao contrário do que escreve Agnes Heller, não «va en contra de esta tradición […] de identificación entre cultura y nación» (El País, 6-II-1993).
Será barragem suficiente o multiculturalismo, também intra-fronteiriço? Interessando a poderosos, aquele conceito desliza para um complô económico agrupando minoria (já nem sequer estados, tão-só fundos de investimento), o qual desnivela, desiguala, tiraniza, convertendo-se em fundamentalismo tão perigoso como os assentes numa religião. Seja de que teor for, incapaz de confluência, atentatório dos direitos humanos, é de evitar qualquer radicalismo.
Outros, que se julgam poderosos – quando não políticos de pacotilha, resguardados na noção de tolerância; ou progressistas, de Esquerda, segundo liberais –, contemporizam face a quem, por princípio, jamais aceitará posição alheia. Comunidades islâmicas multiplicando-se no Ocidente têm a liberdade de defender os seus direitos (que não concederiam a ocidentais em seus países), e, no gozo geral da liberdade de expressão, asseveram, em terra de asilo, que dela serão, um dia, senhores. Michael Burleigh lembra, resumido em título: “La tolerancia multicultural europea ayuda a los terroristas” (El País, 21-X-2008). Francis Fukuyama já corroborara, justificando: «El viejo modelo multicultural estaba basado en el reconocimiento de los grupos y de sus derechos. A causa de un erróneo sentido de respeto por la diferencia – y tal vez por sentimientos de culpa poscoloniales –, se otorgó a las comunidades culturales una excessiva autoridade para fijar las reglas de conducta de sus membros. […] La civilidad de la Ilustración europea, de la cual es heredera la democracia contemporânea, no puede ser culturalmente neutral, dado que las sociedades liberales tienen valores propios que resguardan la igualdad de los valores y de la dignidad de los indivíduos. Las culturas que no aceptan esas premisas no merecen igual protección en una democracia liberal. Los membros de la comunidade inmigrante y sus descendientes merecen ser tratados en un plano de paridad como indivíduos pero no como miembros de la comunidad cultural.» (La Nación ([Buenos Aires], 11-VIII-2007)         
Face às vagas de milhões de imigrantes, refugiados e deslocados, paredes-meias com a violência, joga-se o destino da democracia; talvez a sorte de uma civilização.

Pelourinhos: Monumentos históricos - Os antigos 38 concelhos do distrito

Ter, 31/05/2016 - 10:12


Um pelourinho estava diretamente associado à existência de um Foral. Era erguido na praça principal da vila ou cidade quando o Foral era concedido e simboliza o poder e autoridade municipais, uma vez que era junto ao pelourinho que se executavam sentenças judiciais de crimes públicos que consistissem em castigos físicos.

Feios, porcos e burros

Ter, 31/05/2016 - 10:07


Vivemos um início de semana, neste fim de Maio, em que os transmontanos encontraram uma razão para mostrar que são capazes de autêntica irritação, mas também de serenidade, que sempre nos caracterizou, mesmo quando somos objecto de provocações gratuitas, vindas dos milhentos Dâmasos Salcede deste