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Caça e mais caça – Reflexões…

[“… mas porque é que este sujeito continua a não escrever estas coisas em publicações especializadas de caça …!?”] Conhecendo bem o espí- rito sarcástico e verrinoso de muitos dos confrades caçadores jamais iríamos estranhar este tipo de comentários. Mais… até se entendem e aceitam como perfeitamente naturais! E a resposta é extremamente simples e direta – nas revistas de caça estamos a falar apenas e só para caçadores, porque não são lidas por outros…! Bom, mas julgo que isto deve ser melhor explicado. Constantemente os caçadores consideram-se incompreendidos, injustiçados… enfim, insistem que a sociedade em geral desconhece o que é a caça e por aí adiante… Neste contexto será oportuno perguntar: o que fazem para tentar resolver isto? Que ações desenvolvem junto dos não caçadores para elucidar sobre as virtudes, os bons usos e os bons costumes da prática da caça? Explicar a um caçador, um “convertido”, o que sentimos ao afagar os nossos perdigueiros, por exemplo, ou no culminar de um bom lance de caça – que poderá acontecer com ou sem a morte do animal –, será praticamente inútil, uma vez que todos sentimos o mesmo… Mas, dizer isso, devidamente descrito quanto à emoção e às sensações mais íntimas resultantes desses atos, num jornal ou numa revista não especializada (lida essencialmente por não “convertidos”), permitirá certamente atingir a sensibilidade de um público-alvo normalmente habituado a tomar os caçadores por insensíveis, sanguinários e cruéis ao ponto de até os repudiarem agressivamente! Certo… mas temos que admitir alguma eventual rejeição aos artigos que abordem a temática da caça. Todavia, também podemos imaginar que, por curiosidade, alguém que desconheça em absoluto este “mundo da caça”, acabe por ler e passe a percebê-lo um pouco melhor, possivelmente a aceitar e ter uma visão mais correta destas questões… Assim o esperamos! E se estes textos fossem publicados em revistas de caça, nunca chegariam ao conhecimento desses leitores… Imaginemos os que não simpatizam muito com as atividades cinegéticas mesmo involuntariamente, passando a vista por algum destes es- critos, talvez fiquem com uma imagem melhor e mais assertiva sobre estas práticas ancestrais! Porventura esta será uma das formas de conseguir a tão desejada aproximação entre as diferentes formas de ser e de estar… Então, nesta ordem de ideias, procurando transmitir aspetos que sobre o assunto devem ser ditos aos não caçadores, fica um pequeno excerto dum texto de Miguel Delibes (1920-2010), res- peitabilíssimo caçador da vizinha cidade de Valladolid e notável homem de letras diversas vezes galardoado com as mais altas distinções da literatura espanhola. E, porque parece soar melhor na língua original, aqui vai: “La caza es un esparcimiento fundamentalmente dinámico. El morral hay que sudarlo. La cacería se monta sobre madrugones inclementes, ásperas caminatas, comidas frías en una naturaleza inhóspita, lluvias y escarchas despiadadas… Pero hay algo que compensa al cazador de tantas contrariedades. […] Una pieza en perspectiva basta para que toda molestia se disipe y se produzca en el cazador una profunda remoción psíquica. [...] la caza, más que una afición, es una pasión.

Agostinho Beça

DE OLHÃO!

No passado dia 18 de outubro estive em Faro, na Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve, em representação e a pedido da Presidente do Conselho de Administração da Fundação Champalimaud, Doutora Leonor Beleza. Participei, juntamente com representantes de várias outras entidades, numa reunião agendada pela Comissão de Avaliação Externa da A3ES (Agência Nacional de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior) para ouvir os parceiros institucionais envolvidos no Mestrado Integrado em Medicina. Para além da Fundação Champalimaud, estavam representados, entre ou- tros, o ABC (Algarve Biomedical Center), o Hospital Particular do Algarve, o INEM (Delegação Regional do Algarve), a ARS do Algarve e a AMAL (Comunidade Intermunicipal do Algarve). A primeira a ser ouvida pela Presidente da Comissão de Avaliação, foi, precisamente, esta última. Quis saber, diretamente do poder político regional, qual a relevância, para a região, da existência deste curso naquela Universidade. O Presidente da AMAL, António Pina, não esteve com meias palavras. O Mestrado Integrado de Medicina é, em termos absolutos e relativos, da maior importância para o território algarvio. Não escondeu os diversos problemas que ainda persistem na região, desde a dramática falta de recursos hídricos, a sua quota na nacional falta de habitação, até à crónica necessidade urgente de melhorar as acessibilidades, mas é a formação de médicos que lidera as preocupações dos autarcas. É um fator de desenvolvimento e prestígio, atrai estudantes e professores de grande qualidade, mas, acima de tudo, porque mais de cinquenta por cento dos licenciados acabam por se fixar no reino dos Algarves. Tanto assim que, apesar da crónica falta de recursos financeiros para acudirem a tantas e urgentes necessidades aquela organização supramunicipal liderou um movimento que mobilizou mais de 1.000.000€ (um MILHÃO de euros) para apoiar e reforçar a formação local de mais médicos. António Pina, presidindo à AMAL, é igualmente Presidente da Câmara… de OLHÃO, muito apropriadamente! O INEM vendo já a sua base de recrutamento, muito alargada beneficia da existência de um curso de medicina, que, sendo focado nos doentes e na prática médica permite a colaboração dos alunos, que, ainda enquanto estudantes integram já as equipas de Suporte Avançado de Vida e as de Operações de Reanimação. E o mesmo se passa com o Hospital Particular do Algarve. Estando sedeados em Faro, facilmente de conclui serem de olhão! Para a ARS, a sua colaboração, ainda na fase académica, dá-lhe um conhecimento precoce das especialidades em formação e permite-lhe influenciar os futuros profissionais, melhorando muito o planeamento. Nem precisam ser de Olhão. Basta terem olho… A minha intervenção documentou o papel da Champalimaud na génese desta parceria, a colaboração estratégica e o papel da Unidade Plurianual de Investigação avaliada como grau de excelente pela FCT. Seguir-se-ão futuros desenvolvimentos e parcerias nas abordagens inovadoras, quer na nova Terapia Digital quer no Uso da Inteligência Artificial (que abordarei em texto futuro). Apesar de ser feita, a partir de Lisboa, a presença da Champalimaud foi devidamente realçada e apreciada. A possibili- dade de replicar este modelo de cooperação a zonas do interior norte fez perpassar alguma preocupação nos semblantes dos presentes. Não temem qualquer diminuição do empenho atual mas, sendo de Olhão, preferiam conservar o monopólio de que presentemente usufruem.

Clubes transmontanos já conhecem adversários da 2ª eliminatória da Taça de Portugal de futsal

Qua, 18/10/2023 - 15:20


 

O Macedense/ Doolibar Sociedade Oleica foi um dos 16 clubes a ficar isento no sorteio da 2ª eliminatória da Taça de Portugal, realizado há instantes, na Cidade do Futebol. O Clube Académico Mogadouro desloca-se a Sandim, Vila Nova de Gaia, para enfrentar o Modicus Bruval.