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A farsa socialista

A mui nobre democracia portuguesa está de novo em suspense, dependurada de cabeça para baixo, e assim vai continuar por tempo indefinido, não sendo fácil determinar quando e como tudo irá terminar. Tanto assim é que, na circunstância, não se sabe quem verdadeiramente governa Portugal e, o que é ainda mais grave, quem a seguir o poderá governar. Por outras palavras: o estapafúrdio regime político português está, mais uma vez, a esbracejar no pântano original, com sérios riscos de definitivamente se afundar. Situação que se tornou mais instante desde que António Costa se demitiu por causa das muitas trapalhadas que marcaram a sua disparatada governança. Pântano ou imbróglio, como se queira, que se foi avolumando desde que a Geringonça de má nota tomou assento em São Bento, apesar de nenhum dos partidos integrantes ter vencido o acto eleitoral subjacente. Geringonça de que Pedro Nuno Santos (PNS) terá sido o principal obreiro, porquanto, segundo os seus encomiastas, teve a brilhante arte e a genial manha de convencer o BE e o PCP a participarem na temerária aventura que descambou na desastrada maioria absoluta que, essa sim, acabou por lançar Portugal na tragicomédia actualmente em cena. Imbróglio para a qual, manda a verdade que se diga, contribuiu decisivamente o hilariante Presidente da República, que muito se divertiu em permanentes arraiais populares, enquanto o desafortunado primeiro ministro António Costa se mostrava incapaz de formar um governo competente que fosse e de melhor o coordenar. Certo é que, contra todas as normas e bom senso os portugueses estão agora a ser massacrados por uma dilatada e desmiolada campanha eleitoral de duvidosa legalidade que, é o mais certo, ainda mais irá baralhar os espíritos já de si confusos Campanha em que os hábeis bailarinos políticos, animados pela mais libertina demagogia, dançam, à esquerda e à direita, o fandango, o vira e o malhão, alheados dos problemas mais graves do regime, limitando-se a prometer mundos e fundos e a dizer o que lhes vem à cabeça. Destaca-se o novo secretário geral do PS, truculento ministro do governo cessante e putativo primeiro ministro que, agora de máscara socialista desfivelada, como convém, se contorce de esgares e trejeitos para não ter que explicar a falência da política social socialista de que foi um dos principais animadores e outros monumentais fracassos. Cabe aqui lembrar que o INE, no relatório “Portugal, Balanço Social 2021”, refere que o risco de pobreza aumentou entre 2019 e 2020, afectando quase 2 milhões de pessoas. São cerca de 20% dos portugueses, o que significa que em cada cinco um sobrevive na miséria. Uma enorme mancha de indignidade nacional agravada pelo credível Global Wealth Report 2023 que refere o número de milionários em Portugal ter aumentado 22%, passando de 136 mil, em 2020, para mais de 166 mil, no final de 2022. Mais recentemente, o semanário “Expresso”, citando dados do Observatório da Emigração, noticiou que Portugal tem a taxa de emigração mais elevada da Europa e uma das mais altas do mundo. Quem diria! O mesmo Observatório indica que há mais de 850 mil jovens, com idades com- preendidas entre os 15 e os 39 anos, a viverem no exterior, o que corresponde a 30% dos nascidos em Portugal. A este propósito o sociólogo Rui Pena Pires, que é o diretor científico do referido Observatório da Emigração, esclarece que “a diferença de salários e a perspetiva profissional” são o principal motor para a emigração portuguesa, sobretudo dos mais jovens. E acrescenta: “Nós pagamos salários muito baixos em comparação com os países mais desenvolvidos na União Europeia. Seria perfeitamente anormal que, havendo liberdade de circulação e este diferencial de salários, não houvesse emigração”. Por outras palavras: normal seria que os portugueses não fossem constrangidos a emigrar. Também PNS não diz quando e aonde o novo aeroporto de Lisboa irá ser construído, se a TAP irá ser, ou não, de novo, privatizada, e como e quando tenciona resolver os problemas da Habitação, do SNS, do Ensino ou da Emigração, se acaso vier a ser primeiro ministro. Problemas que, está mais que visto, nem ele próprio acredita que tenham solução no quadro da sua extremosa doutrina socialista. É que o socialismo, como se tem visto, não passa de uma farsa em que se disfarçam os mais cínicos governantes e capitalistas asso- ciados para melhor iludirem e explorarem o povo indefeso. Senão veja-se o que se passa com a Banca, com a GALP e mais ostensivamente, com a EDP, a conhecida empresa chinesa que se dá ao desfrute de não pagar os impostos devidos. EDP que, por acaso ou premeditação, é refúgio dourado de ex-ministros. Nada disto será de estranhar se tivermos em conta que o fazedor Pedro Nuno Santos vem na peugada de António Guterres, José Sócrates e António Costa, outros notáveis socialistas fautores da amarga frustração nacional.

DO DILEMA DO PS AOS DRAMAS DA AD

Quando iniciei a série de textos sobre a Inteligência Artificial admiti a possibilidade de a interromper se a atualidade política, regional e/ou nacional, as- sim o determinasse. Foi o que aconteceu. O PS aprovou as listas de deputados. A de Bragança, será encabeçada por Isabel Ferreira. Uma escolha pacífica entre os socialistas e reconhecidamente adequada. Mas igualmente seria certeira a manutenção de Sobri- nho Teixeira. Ao contrário da AD onde o nome de Hernâni Dias não tinha qualquer concorrência de igual qualidade, o PS para além destes dois nomes poderia, igualmente, incluir no leque de escolhas, Benjamim Rodrigues sem excluir, liminarmente, a autarca de Mirandela. Entretanto, precisamente na semana da bem preparada e controlada convenção do Estoril, quando a AD se preparava para lançar a ambicionada e esperada “descolagem”, vê abaterem-se sobre si os ventos do quotidiano. Depois de ver sair, juntamente com outros, o deputado Maló de Abreu, para integrar as listas do Chega, “alguém”, conhecendo bem os hábitos do político (quem, na política, melhor o conheceria que os seus colegas de bancada?) denunciou o esquema de uma alegada falsa morada. Se a inten- ção era atingir o partido da extrema direita, o tiro saiu, claramente, pela culatra. Ao Chega, mais do que os votos que o coim- brão pudessem trazer-lhe, interessa causar dano ao PSD e, normalizar-se. Ora o prejuízo para o concor- rente já aconteceu e este episódio deu a André Ventura a possibilidade de aparecer, como campeão da ética, garantindo a não inclusão, nas listas do Chega de tal criatura, livrando-se, depois de o usar, de um “ativo” pouco fiável (quem se vende, facilmente, por um prato de lentilhas, nada garante que, futuramente, não possa repetir a façanha, por prato e meio). O alargamento da acusação de José Sócrates e a ida a tribunal dos arguidos das golas antifogo em nada belisca o Partido Socialista, bem pelo contrário. O agravamento destas situações apenas lhe dá argumentos para evidenciar a independência do poder judicial e a não interferência gover- namental nesse poder autónomo. Com a recente renovação no Largo do Rato, o socratismo é já residual. É chão que já não dá uvas. Da Madeira, chegaram más notícias. A indiciação de Miguel Albuquerque por corrupção, abuso de poder, tráfico de influências e, sobretudo, atentado ao Estado de direito, somada à sua recusa, inicial, em demitir-se, inutilizou o arsenal armazenado na sede da AD e que incluía um cartaz alusivo aos casos que motivaram a demissão de António Costa. Para completar o embaraço, Luís Montenegro reagiu às notícias com tibieza, sem qualquer declaração clara (como fizera a propósito do Primeiro Ministro) refugiando-se em generalidades e declarações laterais. Mais uma vez se menorizou, deixando que um outro competidor, quiçá o que mais dano lhe poderá causar, André Ventura, aparecesse, de novo, como campeão da luta contra a corrupção e paladino da ética política e democrática. O líder do PSD quis evitar o embaraço de ver uma declaração sua esbarrar na recusa da demissão, entretanto assumida. Em política, mesmo que com percalços ime- diatos, quando norteado por princípios morais, o risco costuma compensar. Assim o demonstrou Sá Carneiro, ultimamente citado por tantos e em tantas circunstâncias que, para não ceder aos seus princípios afrontou a sua bancada parlamentar, sem receio de ser afastado da liderança do partido de que foi fundador nem de perder metade do grupo recheado de ilustres per- sonalidades e apoiantes da primeira hora.

Utentes queixam-se de muitas horas de espera nas urgências mas ULSNE diz que atendimento é feito em tempo “médio”

Ter, 23/01/2024 - 12:18


Na altura do ano com mais surtos gripais, as urgências ficam atoladas de gente e as horas de espera tornam-se longas. Há quem chegue a estar 12 horas nas urgências do hospital de Bragança para conseguir ter um diagnóstico.

Ligações Vinhais-Bragança e Bragança-Puebla de Sanabria recebem reforço de milhões

Ter, 23/01/2024 - 12:07


As ligações Vinhais-Bragança e Bragança-Puebla de Sanabria viram aumentar a verba para a sua construção, no âmbito do reforço financeiro para obras do Plano de Recuperação e Resiliência. Os contratos para reforço das verbas foram assinados a 12 de Janeiro, em Castelo Branco.

O Mundo em chamas

Estamos à beira da terceira guerra mundial sem quase nos apercebermos. Quando todos esperávamos que a guerra da Ucrânia estivesse a dar alguns passos para o seu final, fosse ele qual fosse, ateia-se a guerra no Médio Oriente entre Israel e o Hamas, arrastando os aliados deste, para a cena de confrontos tão absurdos como irresponsáveis. Passadas semanas e semanas de bombardeamentos na faixa de Gaza com o intuito de derrotar o Hamas e acabar com o grupo terrorista, Israel vê-se acusado pela comunidade mundial das atrocidades cometidas e da quantidade de civis mortos incluindo milhares de criança. Todos já nos apercebemos que o Irão comanda e ajuda o Hamas, mas também financia e dá apoio ao Hezbollah que ataca também, a Norte, o Estado de Israel. Mas como se isto não bastasse, também os Houthis, apoiados igualmente pelo Irão, atacam os navios que se dirigem ao canal do Suez, sejam eles petroleiros ou cargueiros e com especial atenção aos que têm ligação com os EUA, tendo já atacado navios de guerra americanos, embora sem qualquer êxito. Contudo, este facto é demasiado grave, pois os EUA não se deixam apanhar facilmente e já ripostaram. No entanto, isto pode levar a um agravamento da situação e a um alargamento de todo o conflito. Tudo isto já é demasiado grave para um mundo que devia procurar a paz o mais depressa possível. Infelizmente não é isso que se passa. O Paquistão já está a atacar o Irão e vice-versa aumentando bastante o conflito entre os países do Médio Oriente. O que parecia inicialmente um ajuste rápido de contas entre Israel e o Hamas, agora é um incêndio que se alastra perigosamente para além da região problemática da Palestina. Pois é. O Irão atacou o Baluchistão que é uma província do Paquistão e este atacou um grupo separatista do Irão. Se o Paquistão não atacasse o Irão com mísseis, talvez as preocupações fossem menores, mas efetivamente não são. Mas atenção, pois a guerra entre a Rússia e a Ucrânia ainda não acabou e não se sabe quando isso acontecerá. No entanto já se fala em negociações de paz e da necessidade de isso se tornar efetivo. Podem os países fazer um esforço enorme para que a paz aconteça, mas sem a Rússia presente, nunca será possível tornar-se realidade a curto prazo. A Ucrânia está a fazer um esforço enorme e está a ficar sem capacidade de conter o avanço do exército russo. À beira do colapso, Zelensky pede mais ajuda à União Europeia e aos EUA. Com o aproximar das eleições americanas e com mais um tonto na corrida à Casa Branca, tudo se complica imenso. Neste momento não se sabe quem governará a América após as eleições. Com as propostas avançadas por Trump, se ele ganhar, até a NATO está comprometida, pois já ameaçou sair ou não contribuir com os milhões e o exército com que todo o Ocidente sempre contou. Já tinha feito essa ameaça quando governou a América. Nada de novo, mas muito preocupante. Na verdade, o Mundo está em chamas e não se vislumbram bombeiros suficientemente fortes e em quantidade para apagar este fogo terrível que tudo está a consumir. Se fizermos um pequeno exercício conseguimos contabilizar os milhares de mortos que pereceram nestes conflitos. Na guerra da Ucrânia nem se sabe ao certo se morreram 300 mil se mais, em Gaza já estamos nos 25 mil e terra destruída, cidades completamente reduzidas a pó, são mais do que muitas. Quem vai reconstruir este mundo louco? Estes conflitos estão a converter este mundo num cemitério onde se enterram os inocentes e onde os assassinos continuam vivos e em liberdade. No meio de todo este conflito, ainda à quem tente ajudar os mais desprotegidos, como a Ucrânia. Alguns países da União Europeia vêm-se na obrigação de se afirmarem perante uma América que está cada vez mais receosa. A França e a Inglaterra elevam o tom de voz e dispõem-se a dar ajuda à Ucrânia para que a Rússia e Putin não se arvorem em vencedores seja do que for. Mas isto vai conduzir a alguma plataforma de entendimento? Penso que não. Tentar é sempre bom e pode ser proveitoso. A Ucrânia agradece, mas resta saber se vai tirar proveito disso. Para já, vai ferindo a Rússia no seu próprio território, o que é uma novidade e que Putin não esperava. Logo correu a pedir uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, porque estava a ser agredida pela Ucrânia. Francamente. Então quem está a agredir e invadir a Ucrânia? E será que esta pediu alguma reunião do Conselho de Segurança porque estava a ser invadida pelo Rússia? Dois pesos e duas medidas é apanágio dos ditadores. Sinceramente, isto é surreal! Na verdade, o Mundo está à beira de uma terceira guerra mundial e parece que poucos querem saber disso. Europa, Ásia e África estão com episódios de guerra o que equivale dizer que já quase todo o mundo está a arder e à beira do colapso. A economia mundial já se está a ressentir e como consequência, toda uma sociedade que definha na sua qualidade de vida e nas suas relações sociais. Levantam-se barreiras onde se deviam construir pontes. Estamos a caminhar para o abismo.