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Rafael Nascimento (GDB): “Merecemos um final feliz”

Ter, 23/03/2021 - 17:03


A duas jornadas do final do Campeonato de Portugal, jogadores e equipa técnica do GDB mantêm-se agarrados à esperança na manutenção, apesar de terem consciência que a tarefa é complicadíssima, pois a equipa não depende apenas de si própria. Rafael Nascimento, técnico do GDB, não atira a toalha e destaca o trabalho realizado por toda a estrutura para manter o clube de portas abertas. 

 

Como é que o grupo está a gerir esta pequena esperança quando a missão parece quase impossível?

Tatuadores limparam o pó às agulhas e já estão a gravar tinta na pele dos brigantinos

Ter, 23/03/2021 - 10:39


À semelhança dos cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, manicures, entre outros, estes profissionais foram lembrados logo na primeira fase de desconfinamento, sendo que o Governo estabeleceu um plano dividido em quatro fases e com um período de 15 dias de intervalo entre cada, de forma a poder i

Vendavais- O travão da felicidade

Ao longo de séculos, o homem sempre procurou duas coisas inatingíveis: a fonte da juventude e a felicidade. A fonte da juventude é inatingível para quem já não é jovem, pelo menos fisicamente e a felicidade é e sempre foi relativa, já que depende de estados de alma e de momentos muito breves que não perduram no tempo longo. Este assunto levou muitos cientistas e psicólogos a debruçarem-se sobre ele e muitas foram as conclusões a que chegaram, mas nenhuma foi conclusiva. A felicidade existe, claro, mas é tão breve que não há tempo para a guardar. Não basta dizer-se “sou feliz” para ter a certeza de ter encontrado a felicidade pois ela pode ser muito mais do que o que se sente momentaneamente. A juventude existe também, mas só pelo tempo em que verdadeiramente se vive, ou seja enquanto se é jovem. É um tempo mais longo, mas irreversível. Podemos pois dizer que o homem vive entre dois paradigmas nem sempre atingíveis e que se esfumam por entre os seus dedos sem possibilidade de os guardar eternamente. Mas há uma certeza, é que não podemos deixar de tentar nem ser felizes, nem deixar de ser jovens, mesmo com o peso dos anos que se abatem sobre as nossas costas. Não parece ser este o pensamento de cerca de três mil pessoas que resolveram manifestar-se em Lisboa no passado fim de semana, sem máscaras, contra o confinamento. O curioso, no mínimo, deste facto, é que onde mais vítimas se registam e onde há mais casos de contágio, é onde as pessoas se manifestam contra o confinamento. Esquecem-se possivelmente que foi o confinamento que fez com que Portugal passasse do pior país da U.E. para o melhor, pelo menos por enquanto. Será que estes irresponsáveis, desejam ficar contagiados e ser os próximos a elevar o número de mortos no país? Por outro lado, manifestam- -se sem cumprirem as regras impostas pelo SNS. Sem máscaras e sem cumprirem o distanciamento, é um risco que os torna irresponsáveis e criminosos. Ao tomarem uma atitude destas eles estão a ser o travão da felicidade de muitos que conseguiram ainda não ser atingidos pelo vírus e viverem na esperança de que nunca o venham a ser. Estes, podemos dizer que vivem numa felicidade temporária, embora frágil e que esperam perdure mais algum tempo. Mas a incerteza é também um travão à mesma felicidade. Portugal tem visto descer o número dos contágios enquanto a U.E. os vê crescer, levando alguns países a voltar a confinar, como é o caso da França e da Alemanha. Aqui tudo se volta a complicar e muito. Será que Portugal, depois de dois meses de aprendizagem e de sucesso, vai deixar deitar a toalha ao chão e complicar novamente a vida de todos devido à irresponsabilidade de alguns? Se é “bom” ter só cerca de 450 casos e 8 óbitos em 24 horas, o inverso é assustador e é bom que estas pessoas que estão contra o confinamento pensem duas vezes, não só em si, como também nos outros. Na verdade, a juventude também está a ser atingida e muitos jovens já deixaram de poder viver a sua juventude. O vírus não deixou. É irreversível. Não há um travão para o vírus. Somente a vacina certa no momento certo e mesmo isto está a ser difícil de se conseguir. As informações que têm chegado todos os dias são contraditórias. Não há vacinas suficientes, algumas vacinas provocam doenças inesperadas ou mesmo a morte, não estão a ser vacinados todos os que deveriam em tempo certo por razões variadas, mas que não contrariam a realidade. Vivem-se pois, momentos de incerteza, de ansiedade e de medo, que são travões terríveis para quem procura momentos de felicidade e de paz e saúde quanto baste. Enquanto isto acontece, as autoridades andam a vigiar quem tenta sair do concelho em vez de proibir estas manifestações contra as imposições legais do governo e que põem em risco a saúde de quem anda a tentar fugir ao vírus há tanto tempo. Afinal, o que se pretende? Aumentar o número de casos e óbitos, ou diminuir de vez a possibilidade de podermos dar de caras com o vírus ao virar da esquina? Quem trava tudo isto? Haja responsabilidade e razoabilidade se não voltaremos a confinar até ao próximo ano.

Primavera

Em 1963, o eclético Luís Sttau Monteiro escreveu o livro Todos os anos pela Primavera, forte crítica ao regime salazarista, que o estimado Nuno Álvaro Vaz passado algum tempo fez o favor de o retirar do limbo dos reservados vendendo-mo embrulhado em papel anónimo que, segundo o escrito que nele coloquei foi no ano de 1964. Li o escalofriante libelo num ápice para depois circular através de mãos seguras e cautas, hoje repousa ao lado de outros do mesmo autor que anos mais tarde conheci em ambiente de melhor qualidade, até festivo num restaurante da Avenida Visconde Valmor, em Lisboa. Noutro registo, noutras paragens, tive a felicidade de assistir ao bailado A Sagração da Primavera, do genial Stravinsky. A Primavera que recordo é a vivida nos anos felizes, logo bem fruídos em Lagarelhos e Bragança, balizados pela frigidez do autoritarismo bafiento do Botas de Santa Comba e a majestade dos quadros da Mãe Rússia de Igor, a evidenciarem a dualidade Bem e Mal que nos marca a vivência na justa medida da nossa intervenção nesse mesmo devir. Por isso mesmo, os leitores que ao longo dos anos fazem o favor de lerem aquilo que escrevo sabem quão gosto de discorrer sobre o que observo, perscruto, o que vejo, ouço, provo, tacteio e cheiro. E, neste tempo de calafrios, ameaças invisíveis a redundarem em sofrimento facilitador da tarefa da Senhora da gadanha, a toda a hora, a todo o momento, só encontro apaziguamento na leitura, na audição, na escrita. Nada mais. Tempos medonhos a separarem-me de entes queridos por que assim o determina o bem comum embora esta noção de bem comum não passe de filosofia de pacotilha para lamentação jerumiada no decorrer de, ocasionais encontros, nos peripatéticos passeios em redor da casa. A primavera pautava em quatro andamentos do esfusiante bailado das andorinhas a anunciarem tempo para amarmos perdidamente a iniciar-se na festa das Laranjas junto à capela de S. Lázaro, a prosseguirem excitados até às férias pascais, o jejum dos interditos eram os dias sem aulas, prosseguiam entre zumbidos de insectos bisbilhoteiros no Mês de Maio, o mês mariano da novena na Sé onde a algazarra provocada pela colocação do cinto, dos cintos, representavam a utilidade dos normativos em uso e, quando quebradas as amarras o clamor gerado corria montes e vales pontilhados de flores até chegarem às casas paternas semeando, discórdias, lágrimas e suspiros, ao exemplo do drama filmado por Ingmar Bergam. A Primavera findava num tropel de amplexos sussurrados de amor ao estilo de Romeu e Julieta visto o ano lectivo ter findado e, outro confinamento repleto de dúvidas e raivosas ciumeiras principiava. Na altura, a maioria de nós desconhecíamos as atrocidades dos esbirros da PIDE, menos ainda a obra maestra do compositor russo amante da liberdade, os ardores dos três meses de Inferno exibiam- -se nos troncos nus dos ceifeiros e nos braços níveos motivadores dos conceitos de sangue azul das senhoras frequentadoras da missa das seis. Não enfado mais os estimados leitores afirmando quão me custa sentir e ouvir este eterno retorno da vacinação e ouvir a gaguez da ministra Temido, a charamela de Graça Freitas, ficar entorpecido pelos gráficos de Marques Guedes e o ora não advogado Júdice, a blasfemar contra os revisionistas da história (ainda bem que não sabem onde param as calças do desditado Gungunhana), sem esquecer os brados e remoques de uma senhora «científica» a entaramelar dogmaticamente o significado de racismo afirmando ser de via única do homem branco, nunca podendo ser do homem negro ou amarelo contra os brancos. Ou a senhora viajou pouco ou então é vesga, visgarolha como se dizia na vetusta cidade do Braganção. Vá ao Gana, à Costa do Marfim, ao Senegal, a Moçambique (no Maputo senti- -o bem mais pesado do que na Bronx) ou na África do Sul. A pandemia leva-me a conceder atenção aos detalhes (boa sorte Carlos Moedas), não o faço gostosamente, faço-o socavando reminiscências possivelmente serôdias, só que o vírus tem esse condão, ao invés dos esquecimentos do ministro de fala atabalhoada a prometer computadores e vacinas aos professores imitando os vendedores de atoalhados, colchas e cobertores no Toural ao preço da uva mijona origem de zurrapas vendidas ao balcão pelo Senhor Cipriano Augusto Lopes, o Verbo, opositor do Estado Novo nas quatro estações do ano, mesmo de madrugada quando gabava as virtudes de uma peça de duvidosa autoria do Mestre Rafael Bordalo Pinheiro.