Editorial

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Ninguém queria acreditar no que dizia um ministro desta república em conferência de imprensa, após uma reunião do Conselho de Ministros, na tarde da passada quinta-feira.

Na campanha para as eleições autárquicas de 2017 a então candidata e actual presidente do município de Mirandela assumiu publicamente que a recuperação do complexo do Cachão era uma prioridade para o seu mandato.

Custa-nos a acreditar no que temos presenciado depois das eleições nos Estados Unidos da América.

Precisamos todos de coragem, cabeça fria, paciência, compreensão relativamente aos outros e capacidade de adaptação a estes tempos povoados de dúvidas, inconsistências, angústias, miséria que sempre marcou a condição humana, apesar dos presumidos que vão fingindo alegrias infindas, que culminam e

Estamos a viver uma situação limite, impensável para quem cresceu no último século e se habituou a acreditar num mundo em permanente progresso, a caminho de vidas gratificantes, longe das misérias que a memória histórica registou.

Foram quatro anos difíceis de engolir para os que acreditam que a democracia é o destino político da humanidade, apesar das dificuldades em cada século, de cada década, de cada dia, num mundo que não se muda com passes de magia, apesar das aparências que nos distraem das obrigações da cidadania.<

O desânimo está quase a tomar conta de nós, que não suspeitávamos do ronco das bestas do apocalipse e até enchemos o peito dos ares do Verão, depois da Primavera passada, fértil em dores e ansiedades, mas com porta aberta para a esperança, rainha de todas as ilusões que nos sorriem, matreiras, en

Bem nos parecia que os protestos de renovada atenção às potencialidades do país em geral e do dito interior, em particular, não passavam de fingidos remorsos, lágrimas de crocodilo pronto a fechar as mandíbulas sobre a desgraça dos que não têm outro remédio senão chegar-se, trémulos e sedentos, à

Já cansam as manifestações da sanha assassina dos ditos extremistas islâmicos, sem que se conheçam medidas implacáveis de controle e de repressão eficaz por parte dos estados democráticos deste planeta.

Apesar da estranha evocação do tratado de Tordesilhas, num passe de retórica retumbante do Primeiro-Ministro português, a Cimeira Ibérica da Guarda ficou marcada mais pelo nevoeiro, que retardou a chegada de Sanchez, do que pelos horizontes radiosos que dali se pretenderiam vislumbrar.

O que se tem passado, desde Março, nos lares de idosos, um pouco por todo o país, não contribuiu para consolidar a confiança nas instituições, entendidas como esteios fundamentais da sociedade organizada e democrática.

A Terra continua o rodopio à volta do Sol.