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Atividade estratégica para o Nordeste Transmontano – Turismo Cinegético e de Natureza

Podemos não gostar de certas atividades desportivas, lúdicas e de lazer, ou até sermos opositores à prática das mesmas e, portanto, temos todo o direito e razões para nos abstermos de as acarinhar, estimular ou apoiar...! O que nunca poderemos impedir é o direito e legitimidade de outros as desenvolverem, praticarem e gostarem... Obviamente se não forem ilegais, simplesmente imorais ou conflituantes com os “usos e costumes”! Há uma tendência natural para subestimarmos aquilo que desconhecemos ou de que não gostamos e, portanto, nas questões que à cinegética dizem respeito, lá temos – nessa postura do “contra” – os habituais grupos urbanos, completamente ignorantes do que é a verdadeira vida campesina, convictos de que os animais são todos “muito amigos” entre si e não se alimentam uns dos outros para sobreviverem e que ma- nifestam outras atitudes algo “estranhas” para nós...! E a este propósito cabe aqui uma interessante afirmação, encontrada algures no espaço cibernético: «Não odeies o que não enten- des» (John Lennon). Pois bem, queiram ou não, as boas práticas de gestão cinegética conduzem inquestionavelmente à boa gestão dos territórios rurais e a prática da caça, além de reconhecida a nível global (isto é, no mundo inteiro...!) como importante atividade económica, tem externalida- des positivas nas interações com o ambiente e recursos naturais, na paisagem, na restauração e alojamento, no comércio, indústria e turis- mo em geral. Quanto ao enorme potencial económico da atividade nesta nossa região do interior transmontano, exige-se, estrategicamente, a adoção de modelos de gestão cinegética racional e sustentada, com sólidas bases técnicas e científicas, profissionalizada e nunca uma qualquer “ges- tão cinegética de improviso” [que se considera extraordi- nariamente nociva e um dos piores “inimigos” da caça em si e da biodiversidade...!] A região do Nordeste Transmontano tem uma riqueza de vida animal úni- ca e genuína, da qual podemos (e devemos…!) tirar o melhor partido, não só em termos de exploração cine- gética, mas também no que respeita ao grato prazer da observação de espécies não cinegéticas, ou até só pelo conhecimento da sua presença no território... A seguir apresentam-se cinco aspetos que mostram claramente a importância do Património Natural do Nor- deste Transmontano, difícil de encontrar noutras regiões do país e que constitui uma oportunidade extraordinária de desenvolvimento: • A ocorrência do Lobo-ibérico, o último grande carnívoro selvagem do nos- so território, emblemático só por si, de todo o interesse para a sociedade em geral e elemento fundamental na seleção natural das suas pre- sas preferenciais, das quais se destaca o Veado, propor- ciona a existência de troféus de elevadíssima qualidade na zona do Parque Natural de Montesinho. • Abundâncias comprova- damente em crescendo e, por isso, já com aproveitamento/ exploração do ponto de vista cinegético das populações de Corço, com grandes proveitos económicos. • O singular património que é a Perdiz-comum, também conhecida como Perdiz-ver- melha, em estado verdadei- ramente bravio, ainda geneticamente puro em muitos lugares onde não chegam os “caçadores de caixote” ... • Abundâncias (embora com algumas variações in- teranuais) de migradoras de Inverno – Tordos – e de Ve- rão – Codorniz-comum. • Esporádicos avistamen- tos de Charrelas ou Perdiz- -cinzenta nas zonas remotas e montanhosas do Parque Natural de Montesinho con- finantes com a região espa- nhola de Sanábria. [Não foi por acaso que o logotipo do Parque Biológico de Vinhais adotou a imagem estilizada de uma Charrela…]. Então o que será “isto” de Turismo Cinegético? Vejamos: se adaptarmos os conceitos de turismo em abstrato à circunstância em concreto, podemos defini-lo como sendo a atividade desenvolvida por caçadores, nacionais e estrangeiros que, deslocando-se do seu local habitual de caça ou de resi- dência, necessitam de utilizar equipamentos e serviços associados, bem como alo- jamento e restauração, ou seja, permanecem por mais de 24 horas no sítio para onde se desloquem. E agora? Teremos “oferta” capaz de satisfazer esta “pro- cura”? Pois..., diremos que, de momento, nem por isso...! Contudo, vislumbram-se excelentes janelas de opor- tunidade, desde que os decisores consigam resolver os constrangimentos e desen- volver a necessária estratégia de médio e longo prazo, com a participação dos agen- tes privados e públicos. Propõe-se que rejeitemos, com firmeza, as “fantasias” da já referida “caça de caixote”, até porque não é ne- cessária se forem adotadas as “boas práticas” de gestão cinegética já descritas em ar- tigos anteriores... E, neste contexto de turis- mo cinegético e de nature- za, não podemos deixar de considerar ainda a enorme importância das montarias ao javali, com os seus rituais únicos e que só existem na Península Ibérica.

Agostinho Beça

CORRUPÇÃO… OU CONFUSÃO?

É assumido que o correto é começar pelo princípio. Contudo, quando este é incerto, difícil de identificar e impossível de o localizar, com segurança, não há outra solução que não seja… começar pelo fim mesmo que este seja confuso, complexo e pouco claro. É o que é! É com perplexidade que, na mesma semana seja do conhecimento público que um autarca tenha sido detido para justificar a exigência de contrapartidas (modestas) para uma associação desportiva e uma atividade cultural pela instalação no concelho de um mega investimento, que um outro autarca perdeu o mandato por ter usado um veículo da Câmara para fins pessoais ao mesmo tempo que se chegava à conclusão que a disponibilização de centenas de milhares de euros pela dire- ção do Benfica (que é o meu clube, de sempre) para prendas a árbitros não assume qualquer laivo de corrupção e que o primeiro-ministro foi levado a demitir-se por um parágrafo escrito pela Procuradora Geral, com base em escutas transcritas com lapsos e erros, não por algo que tenha feito, em concreto, no processo em análise, mas pelas supostas ações de um amigo que terá elegido como o melhor de todos e pela imprudência de um subordinado, mal escolhido, por certo… apesar de estar inocente. Inocente, sim. Porque se as suposições jurídicas implicam tais consequências, afinal a presunção de inocência, serve para quê? É uma treta para encher a boca? Ou apenas para mascarar a repetição da história? Há dois mil anos, no Gólgota foram crucificados e condenados à morte, Jesus Cristo, um ladrão bom e um ladrão mau, enquanto nas apertadas e movimentadas ruelas de Jerusalém, passea- va livremente Barrabás o assumido malfeitor libertado pelo povo em nome de quem se praticam todos os atos de justiça! Mas se olharmos pelo outro lado da cortina podemos ver a mesma realidade com outros olhos, nomeadamente na questão das contrapar- tidas de Sines em que o que mais importa não são elas, o seu valor ou destino mas a legalidade das pretensões dos empresários anteriormente recusadas pela vereadora, sendo igualmente questionável o interesse público de um investimento de milhares de milhões num mega armazém de dispositivos de memórias, gigantesco consumidor de energia e terraplanador de extensas superfícies protegidas que chega a Portugal, não como resultado da promoção lusa de captação de investimento, mas por recusa de outras localizações, que o carro da autarquia de Gaia foi usado para fins pessoais do presidente e também dos seus familiares. Mesmo que se admita ser exagerada a penalidade aplicada, não deixa de ser claramente condenável, pelos vistos a montanha de dinheiro dos cofres benfiquistas saiu em valores individualmente modestos, meras ofertas de cortesia e que não há qualquer prova nem indício razoável de consequentes benefícios, e ainda que, sendo inocente de quaisquer acusações que, bem ou mal, constem dos autos, António Costa é o responsável pelo epíteto de “melhor amigo” (a pretensa infelicidade do gesto igualmente não pode ser assacada a mais ninguém) e pela sua intervenção, remu- nerada ou não, em processos relevantes e de impacto na vida comum e ainda, apesar de vários avisos, a escolha do chefe de gabinete foi uma prorrogativa exercida conscientemente pelo detentor da chefia do governo. Não deixa, igualmente, de ser verdade que a condição de ino- cente não isenta ninguém de ser alvo de suspeitas e pode reconhecer-se alguma lógica na argumentação dos que defendem que quem está inocente se deve comportar de forma serena e não usar o cargo e o lugar onde o exerce para lançar dúvidas sobre a legitimidade das averigua- ções em curso. Perante este cenário é normal a disparidade de opiniões dos comentadores… Já os políticos deveriam reconhecer que as leis que aportaram a esta realidade foram feitas por eles!

Portugal traído e ofendido

Assumo o papel de um qualquer normal ci- dadão, livre e de bons costumes, como sói dizer-se, e não o do analista ou comen- tarista político que não sou nem pretendo ser. Para assim poder mais li- vremente expressar a minha revolta contra a situação de- gradante e vergonhosa em que os actuais governantes colocaram Portugal, que os deverá fazer corar de vergo- nha, se vergonha tiverem. Mais uma vez se constata que na deontologia política, maquiavélica, perfilhada pe- los machuchos lusitanos tudo é legitimo. Mentir, enganar, roubar o Estado ou trair são, para eles, virtudes, porque acreditam que o povo é man- so e tudo aceita docilmente. Talvez se enganem. A presente situação políti- ca, que não é inédita, amea- ça alcançar níveis da maior opacidade e gravidade, nunca vistos em democracia. Sobre- tudo por obra e desgraça do Primeiro Ministro demissio- nário que ao longo de quase oito anos de poder não teve pejo de se rodear de correligionários de duvidosa competência e honradez, a quem foi dando cobertura obstinada, mesmo quando os acontecimentos eram manifestamente escandalosos. O que leva muito boa gente a admitir que António Costa, premeditadamente ou não, inspirou e protegeu um alargado grupo para-governamental com outros fins que não os de servir o Portugal. Certo é que o afeiçoamento de determinadas políticas governamentais a poderosos interesses privados, em detrimento do interesse nacional e do benefício das populações, é hoje mais que evidente. Lamentavelmente, com a complacência do Presidente da República, com quem durante demasiado tempo manteve uma espúria relação de promiscuidade institucional que só poderia dar no que deu: um mau presidente a potenciar um mau Primei- ro Ministro e vice-versa, com prejuízo da Nação e da Demo- cracia. Se bem que o Presiden- te da República tenha tido as necessárias, suficientes e mandatórias situações para demitir o Primeiro Ministro, pondo termo à manifesta degradação política e ética do Regime, do Estado e do Governo. Acabou por só agora reagir ao pedido de demissão do chefe do Governo, tardiamente e em desespero de causa, quando já não tinha outra saída, lançando o país num desmoralizante estado de estupefação e descrença. Tenha-se em conta que a situação actual só encontra paralelo com a que redundou na prisão do ex-Primeiro Ministro José Sócrates, muito embora a presente seja mais grave e preocupante porquanto estão agora indiciadas judicialmente, não apenas uma, mas múltiplas personalidades da “entourage” do Primeiro Ministro, correndo-se o sério risco de Portugal cair num verdadeiro caos institu- cional, político, económico e social. Para lá de que o partido político que tem suportado tão mal-afamado Governo, muito embora não tendo o monopólio, persiste em comportar-se como uma fábrica de corrupção e clientelismo, incapaz de se regenerar, processo que deveria ter iniciado imediatamente após o caso José Sócrates. Tem valido à democracia, ainda assim, o Ministério Público onde ainda existirão profissionais com arreigado sentido patriótico e deonto- lógico, muito embora, ao que consta, alguns elementos des- sa mesma classe, noutras cir- cunstâncias, se tenham pres- tado a manobras partidários subterrâneas. Não será de espantar, por- tanto, que os dignos magis- trados que desencadearam e conduzem a Operação In- fluencer estejam a ser criti- cados e atacados por todos aqueles a quem a Justiça, directa ou indirectamente, incomoda ou que para tanto são mandatados. O Primeiro Ministro, tanto quanto se sabe, demitiu-se porque quis, muito por certo por razões pessoais inconfessas e não porque tenha sido pressionado por quem quer que seja. De resto, continua actual a conhecida asserção popular “quem não deve, não teme”, pelo que os eventuais enganos no Ministério Público não justificam o monumental fracasso da governança de António Costa e da maioria absoluta que lhe tem dado suporte incondicional. É por demais óbvio, por outro lado, que todos estes acontecimentos escabrosos só são possíveis porque o Regime político vigente não sendo genuinamente democrático, é permissivo, favorece os po- líticos oportunistas, incompe- tentes e desonestos, e obsta a que a Nação não seja ampla e justamente representada nas instâncias do poder, o que é fundamental em democracia. O que nos leva a defender que, para salvação e refina- mento da democracia, entre outras reformas, todos os ac- tos ilícitos e criminais prati- cados por políticos e afins no exercício de funções públicas, no passado e no presente, devam ser entendidos e tratados como verdadeiros crimes de traição à Pátria e como tal julgados e punidos e não apenas como meras infrações aos códigos vigentes. Triste é constatar que Portugal é, hoje em dia, um país traído, ofendido e os portugueses um povo abusado e explorado

Clube Académico de Mogadouro vence GD Cem Paus e soma a terceira vitória consecutiva no campeonato

Dom, 19/11/2023 - 19:59


A formação mogadourense triunfou, por 5-10, na visita ao Grupo Desportivo Cem Paus, este domingo, na sétima jornada da Série A da 3ª Divisão de Futsal, disputada no Pavilhão Municipal Prof. Miranda Carvalho, em Vilar de Andorinho, Vila Nova de Gaia.