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UM SACO PRETO E UMA CANETA AZUL

Na noite do passado dia 19 de fevereiro, o pano do palco do auditório Emílio Rui Vilar da Culturgest estava corrido (não iria subir para dar início ao espetáculo, nem haveria de descer, no final, tal como acontecera há alguns anos atrás, no Centro Cultural de Belém, com uma outra peça de Tiago Rodrigues, “Catarina e a beleza de matar fascistas”). Em cena, uma enfermeira que, pouco tempo depois se descobriria ser belga, da região flamenga, deambula entre uma cama de hospital e imponentes penedos “trazidos” do nordeste transmontano onde se alpendorara um outro leito articulado. A magia inerente a toda esta encenação revela-se, logo desde o início pois, subitamente, o burburinho da plateia foi substituído por um silêncio reverente e atento sem que se visse ou ouvisse qualquer sinal, a não ser a perceção de que a peça iria começar. A personagem, apelidada como a “Pior Enfermeira do Mundo” dirige-se à plateia, em holandês, descrevendo os últimos dias, no Hospital Amadora-Sintra de um doente terminal, o moncorvense Rogério Rodrigues. Junto ao leito vazio ficou, num saco preto um caderno e uma caneta azul. Fora uma exigência do jornalista e escritor do Peredo dos Castelhanos para ocupar os seus dias a escrever uma reportagem do dia a dia da enfermaria hospitalar, e que o seu filho mais velho, Tiago, teria satisfeito… parcialmente pois que, por distração, trocara a cor da caneta que, devia saber, teria de ser preta e não azul. Quando, finalmente, corrigindo o erro, regressa com a esferográfica repetidamente reclamada, encontra a cama vazia e, no saco negro, um bloco cheio de riscos que, vagamente, poderiam assemelhar-se a estranhas letras de um texto, quiçá, vários desenhos ou expressões artísticas. Provavelmente as derradeiras tentativas do escritor de registar mais uma das suas reconhecidas crónicas jornalísticas. O mistério seria desfeito com um outro caderno, paralelo, ditado pelo doente e escrito por uma misteriosa Teresa das Canções (exemplarmente interpretada por Manuela Azevedo que arrepiou todos os presentes a cantar Jacques Brel) não a Teresa Torga que o Rogério descrevera quando em maio de 1975 se despira na via pública às quatro horas da tarde e que Zeca Afonso cantara em composição com esse nome, incluída no álbum “Com as minhas tamanquinhas”, mas uma outra Teresa, conhecida do Tiago e que fazia voluntariado no Hospital, onde conversava com os doentes, ouvia-os, fazia-lhes algumas vontades (como a de escrever o que eles já não eram capazes) e cantava-lhes, deixando uma mensagem diária de despedida: haverá sempre canções ao fim da tarde que, para remate (sempre com o pano corrido), deixa em aberto a dúvida, desde as primeiras cenas – será uma pergunta ou uma promessa? Poucos dias antes, em Torre de Moncorvo, o Rogério foi homenageado por um conterrâneo e amigo: Paulo Salgado, que apresentou o seu livro “O que reconheço em Paris Sou Eu” onde reuniu cartas e poemas que o jornalista lhe dirigiu.

Sindicato denuncia falta de trabalhadores na Misericórdia de Bragança mas direção desmente

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Sex, 21/02/2025 - 17:24


Faltam dezenas de ajudantes de ação direta nas três Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI’s) e no Centro de Educação Especial (CEE) da Santa Casa da Misericórdia de Bragança (SCMB), tendo em conta, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN),

A nova ordem mundial

O tempo é feito de mudanças e a humanidade tem de se habituar a elas, mas nem todas são desejáveis. Possivelmente, a maior parte delas não são mesmo do agrado de ninguém com bom senso. Não falamos apenas das alterações climáticas, mas também da sociais, políticas e económicas. As consequências são graves e abrangem todo o mundo. O clima é fruto das ações do homem e todos pagam por elas, mas ninguém quer baixar os braços e admitir que o planeta corre riscos terríveis dentro de alguns anos. Já todos sabem disso, só os líderes dos países mais industrializados parece não quererem dar-lhe a importância que isso merece. Enfim. À parte essa vertente, não menos importante são as vertentes política e económica. As notícias que recentemente têm ocupado os noticiários de todos os canais televisivos, são de fazer tremer o mais pacato dos cidadãos. Já desconfiávamos que a eleição de Trump traria alterações enormes para alguns países, mas não descortinávamos que ele fosse tão longe. O que ele disse e mandou dizer recentemente são de uma agressividade incomensurável. Não sabemos se o pensou ou não, mas se levar por diante o que ele pensa executar, acaba com a ordem de funcionamento normal das relações entre os EUA, a Europa e do mesmo modo com a Rússia e com a América do Sul, para não falar do Canadá. Trump quer impor-se ao mundo e para isso usa as taxas como arma de arremesso. Nacionalista e autocrata, todos lhe devem obediência dentro da América. Fora dos EUA ele pretende dobrar os governos de modo a seguirem as suas determinações como se fossem cães de caça. A humilhação é outra arma do seu agrado. Submeter a Europa à sua vontade é uma tentativa expressa, mas pouco aceitável. Será o fim da ordem mundial que levou anos a implementar depois da Segunda Guerra Mundial. Ele não conseguiu acabar com a guerra da Ucrânia em dois dias, mas ao fim de um mês ele já falou com Putin para desenhar uma Paz duradoura naquela contenda. Isso seria ótimo se ele tivesse envolvido a União Europeia e a Ucrânia, a mais interessada, nessa conversa. Ele não pode impor à Ucrânia a sua vontade. É certo que os EUA já deram muito para essa guerra, mas isso não justifica que agora queira mandar em todos, incluindo a Europa. Zelensky não aceita essa solução de paz sem estar presente. Putin só aceita se a Ucrânia for a eleições. Isto quer dizer, se a Ucrânia eleger um Presidente pró-Moscovo. Um pau mandado. Trump e Putin são loucos. O certo é que os EUA se afastam da Europa e da NATO e querem que a Europa se defenda sozinha. A necessidade de segurança da Europa não é de hoje, mas infelizmente só agora é que os países europeus deram conta dessa necessidade. Trump quer que a Europa não dependa dos EUA e exige que os países da NATO aumentem o seu contributo para cerca de 5% do PIB o que nem a América cumpre. Como é possível? Diz ele que a América já deu demais e chega. A aproximação à Rússia e a Putin é demasiado perigosa. Os dois são espertos, mas qual dos dois é o mais hábil? Trump é um negociador e só o ganho está presente na sua estratégia de negociação. Putin tem o mesmo sentido, mas não se resume só um negócio. É mais do que isso. Ele quer ganhar e dominar. Não quer a Ucrânia na NATO nem Zelensky na Ucrânia para poder controlar tudo ao seu redor. Trump, daquela região só quer Terras Raras. Queria, pois Putin não está disposto a retalhar a Ucrânia para dar a Trump os minerais que lhe interessam. Não é fácil. E o que dirá a China? Será que Xi aceita esta negociação sem meter a colherada? O corrupio de encontros e negociações entre os representantes dos EUA, da União Europeia, da Ucrânia e talvez da Rússia, poderão levar a um retardar do final da guerra na Ucrânia. E o Médio Oriente? O que será de Gaza? A Riviera que Trump quer construir, se chegasse a comprar Gaza, outra loucura, está cada vez mais distante. O Egito e a Liga Árabe vão apresentar um Plano para a sua reconstrução a 30 anos. Isto é uma machadada nas intenções de Trump e o aplauso para os Palestinianos. Apesar de quase toda destruída, Gaza pertence aos Palestinianos e eles não vão querer abandonar a sua terra natal. Sem condições de habitabilidade, agora o Egito e a Liga Árabe esperam que Trump contribua com a sua parte para a reconstrução que ele tanto apregoa e quer fazer de modo a albergar todos os palestinianos. Mas a dúvida subsiste. Será que Netanyahu quer isso? Por vontade dele, Gaza deveria ser território de Israel e os Palestinianos deviam sair todos, acabando com o Hamas de uma vez por todas. Mas uma coisa é certa. Os 60 mil palestinianos mortos que atapetam o território de Gaza, não poderão nunca sair do solo que os acolheu. Farão parte da terra sagrada para sempre. A nova Ordem Mundial está a delinear-se, mas não sabemos exatamente qual é. O desenho que se esboça não está nítido e não agrada certamente à maioria dos países. Os três grandes querem repartir entre si os pelouros mais importantes e os mais pequenos que lhes obedeçam e aqui está a Europa que só agora começa a acordar da letargia de décadas. Assim, tem uma tarefa enorme pela frente e terá de enfrentar os desígnios de Trump. A vontade de um louco não pode vingar só por que sim. Acorda Europa, antes que seja tarde demais.

Distrital do PSD apoia "incondicionalmente" candidatura de Paulo Xavier à Câmara de Bragança

Qua, 12/02/2025 - 19:12


Depois de o Jornal Nordeste ter avançado, em primeira mão, que a Concelhia do PSD de Bragança apoia João Rodrigues à Câmara Municipal, a Distrital do PSD, anunciou, em comunicado, esta tarde, que apoia a candidatura de Paulo Xavier, atual presidente do município.